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Células-tronco auxiliam no tratamento de AVC

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Experimento, realizado por brasileiros, abre novos caminhos para o tratamento da doença

Uma mulher de 54 anos foi a primeira beneficiada de uma experiência inédita: o implante de células-tronco diretamente no córtex cerebral. O experimento, realizado em conjunto por médicos do Hospital Pró-Cardíaco e pesquisadores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), tinha por objetivo tentar reverter o processo degenerativo causado por um derrame cerebral (acidente vascular cerebral - AVC). 

O AVC ocorre quando uma ou mais artérias que irrigam o cérebro são bloqueadas, interrompendo a circulação de sangue, geralmente acarretando graves conseqüências para o indivíduo. O AVC está entre as três principais causas de morte no Brasil.

O sucesso obtido na pesquisa brasileira, a primeira no mundo desta natureza, abre caminho para o desenvolvimento de novas terapias para a doença. Para Hans Fernando Dohmann, diretor científico do Pró-Cardíaco, “a experiência deixou claro que as células não fazem mal ao cérebro e que, portanto, podemos repeti-la em mais pacientes”.

Apesar dos bons resultados, a técnica utilizada pelos brasileiros ainda deve demorar alguns anos para ser utilizada em larga escala. De acordo com Dohmann, é preciso compreender que este foi apenas um primeiro passo. “Nós vamos precisar, tranquilamente, de cinco a sete anos para ter todas as respostas”, disse. 

O Hospital pretende agora realizar novas experiências. Para isso, a equipe já firmou contrato com o Ministério da Saúde autorizando a aplicação da técnica em mais nove pacientes até junho de 2005. Somente se os resultados forem positivos deve-se, então, cogitar a aplicação em um número maior de pessoas.

Ação rápida

Apesar dos resultados promissores, a técnica desenvolvida no Rio de Janeiro mostra-se eficaz apenas nos casos em que a doença pode ser tratada com rapidez. “Ainda não temos dados que sustentem a recuperação de pacientes crônicos, embora isso esteja sendo perseguido em pesquisas com animais”, lembrou Dohmann. Segundo ele, para que a terapia tenha sucesso é ideal que o paciente seja tratado em, no máximo, 14 dias após o derrame.

No caso de Maria das Graças da Pomuceno, que recebeu o implante de células-tronco, a ação em curto espaço de tempo impediu que o cérebro sofresse grandes danos. Quando deu entrada no hospital, a dona de casa não possuía mais compreensão do que ouvia, não falava e estava com o lado direito do corpo imobilizado.

A operação ocorreu em 24 de agosto, três dias após Maria das Graças sofrer o AVC. Geralmente, pessoas que sofrem a doença precisam ser tratadas em no máximo 14 dias, período em que as chances de recuperação são maiores.  
30/11/2004
 

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