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Terapias para carcinoma de pâncreas

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Em um artigo publicado na edição de setembro (14) da revista Cancer Research, uma equipe de pesquisadores apresentou os resultados de um estudo que teve como objetivo distinguir o perfil genômico do carcinoma adenoescamoso do pâncreas (ASCP, sigla em inglês) e identificar alvos terapêuticos ​​para esta variedade letal de câncer.  O ASCP é uma variante rara do adenocarcinoma pancreático ductal (PDAC, sigla em inglês), caracterizando-se por ser de mais difícil prognóstico e maior potencial metastático do que o PDAC. A caracterização do ASCP se dá pela presença de mais de 30% de células epiteliais escamosas no tumor, o que não acontece com pâncreas normal.

Para isso, a equipe aplicou a citometria de fluxo de conteúdo de DNA em uma série de quinze amostras de tumores, dentre essas, cinco eram de pacientes com xenoenxertos (PDX, sigla em inglês). Utilizando um ensaio para cromatina acessível por transposase (ATAC-seq), os pesquisadores analisaram frações dessas amostras tumorais contendo, uma variação do número de cópias (CNV, sigla em inglês para copy-number variant) e a sequência do exoma completo. O exoma completo é o exame que analisa todas as regiões codificadoras do genoma humano (éxons), com o objetivo de identificar variantes que possam estar relacionadas com a doença do paciente.

A partir dessas análises foi possível identificar diversas mutações e variantes genômicas, comumente encontradas tanto no PDAC quanto no ASCP. Além dessas descobertas, a equipe identificou dois alvos terapêuticos potenciais exclusivos para genomas ASCP, a sinalização de FGFR, uma fusão dos genes FGFR1-ERLIN2, e um regulador de células-tronco de câncer pancreático (RORC). Por meio desses dados, foi possível obter uma descrição única do perfil genômico e epigenômica do ASCP e com isso, identificar os alvos terapêuticos para o tratamento dessa variedade de câncer letal.

Nesse estudo, a equipe de pesquisadores conseguiu demonstrar também uma significativa atividade do gene pan-FGFR, um inibidor de organoides derivados da fusão FGFR1-ERLIN2. De acordo com o artigo, “especificamente, os organoides que carregam a fusão FGFR1-ERLIN2 mostram uma resposta significativa ao tratamento farmacológico de inibição de FGFR.

“A equipe concluiu que esses resultados aumentam a compreensão deste subtipo letal de câncer de pâncreas e fornece novos alvos candidatos para o desenvolvimento de terapias eficazes para pacientes com ASCP e PDAC potencialmente refratários”.

01/10/2020
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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