Logotipo Biotec AHG

Substância do feijão pode tratar câncer

Imprimir .

De acordo com informações do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama é o segundo tipo mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos nesse grupo. As estatísticas mais recentes indicam que no Brasil, eram esperados 49.400 novos casos em 2010, com risco estimado de 49 casos a cada 100 mil mulheres.

Trata-se da maior causa de morte entre as mulheres brasileiras, principalmente na faixa entre 40 e 69 anos, com mais de 11 mil mortes por ano (2007). Isso se deve ao fato de que, na maioria dos casos, a doença é diagnosticada em estádios avançados.

Várias são as opções de tratamento contra essa neoplasia, tais como o cirúrgico, o radioterápico e o quimioterápico. Apesar da eficácia, esse último possui diversos efeitos colaterais, dentre eles a diminuição das defesas do organismo, porque, assim como mata as células tumorais, a quimioterapia mata também os glóbulos brancos.

Mediante esses fatores, diversos grupos de pesquisadores em todo o mundo vêm buscando desenvolver tratamentos mais eficazes e com menores efeitos colaterais. Dentre esses, um grupo de cientistas brasileiros da Universidade de Brasília (UnB), desenvolveu um estudo no qual eles descobriram uma substância presente no feijão-de-corda que pode se tronar uma nova alternativa para o tratamento de câncer de mama. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista, Cancer Letter.

Realizado no Instituto de Ciências Biológicas da UnB, o estdudo descreve a descoberta de uma molécula chamada BTCI (do inglês, black-eyed pea trypsin and chymotrypsin inhibitor), que é encontrada nessa variedade de feijão e que em experimentos com ratos, conduzidos pela mestranda Graziella Joanitti, mostrou-se capaz de matar as células cancerígenas sem agredir as células sadias.

O BTCI faz parte de uma classe de substâncias importantes relacionadas com diversos processos celulares, como por exemplo, a resposta durante a infecção por bactérias e fungos e na coagulação. Ele atua fragmentando o DNA das células doentes e alterando outras organelas citoplasmáticas das células do câncer, o que acarreta em uma alteração da integridade da membrana e do núcleo, criando estruturas que digerem o conteúdo das células. Outra função descoberta no estudo é a inibição da atividade das enzimas tripsina, caspase e a quimotripsina-like do proteassoma – complexo de proteína que está relacionado à regulação do ciclo celular.

Em entrevista à Agência UnB, a professora e pesquisadora, Sônia de Freitas, disse que os testes em humanos e o desenvolvimento do novo tratamento deve acontecer nos próximos anos e que, provavelmente, ele será realizado via oral ou endovenoso, já que é uma substância consumida naturalmente pela população.

13/05/2011
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

 © BIOTEC AHG 2023 - Todos os direitos reservados - São Paulo, Brasil.