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Sistema detecta interações protéicas

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Um novo sistema criado por pesquisadores israelenses e californianos, pode se tornar um instrumento valioso para compreender as interações que ocorrem entre as proteínas virais e as produzidas pela célula hospedeira, durante o processo de infecção. 

Conhecido como PING (Protein Interaction Network Generator), esses sistema, que foi criado pelo professor da Universidade de Bar IIan, Israel, Doron Gerber, tem a capacidade de examinar milhares de possíveis interações e com grande sensibilidade. O pesquisador israelense contou com a colaboração de cientistas da Universidade de Stanford, EUA.

Os vírus são seres acelulares compostos, basicamente, de um capsídeo e o seu material genético, que pode ser o DNA ou RNA ou ambos, como no caso dos citomegalovírus. Incapazes de produzir os componentes que compõem a sua estrutura, devido à ausência de metabolismo, eles necessitam de uma célula viva (hospedeira) para poderem se multiplicar. A infecção viral constitui a utilização dos mecanismos celulares pelo vírus para que novas partículas virais sejam formadas, sendo durante esse processo que ocorrem as interações protéicas.

Drogas antivirais atuam em processos específicos, tais como na replicação viral, na inibição da síntese de ácidos nucléicos ou nas proteínas do vírus, dado que utilizam a maquinaria celular para sua reprodução. A identificação dessas interações protéicas tem sido uma estratégia bastante eficiente e que pode abrir caminho para a produção de novos medicamentos.

A utilização do sistema PING não se atém apenas à identificação das interações protéicas, mas também ao seu uso para a triagem de inibidores. Outra característica desse sistema é que, pelo fato dele empregar microfluidos, é possível utilizar amostras muito pequenas para análise, fato que tem sido um grande entrave para os métodos já existentes. Os principais alvos dos cientistas neste estudo foram os vírus das hepatites C e D.

O vírus da hepatite D é um dos menores vírus RNA. Seu tamanho reduzido o torna incapaz de produzir seu próprio envelope protéico e de infectar uma pessoa. Sendo assim, ele precisa utilizar a proteína do vírus B. Portanto, na grande maioria dos casos a hepatite D ocorre junto a B, ambas com transmissão parenteral (sangue contaminado e via sexual). O vírus D normalmente inibe a replicação do B, que fica latente. Já o vírus da hepatite C, que também possui o RNA como material genético, é circundado por uma cápsula de proteção icosaédrico de proteína, e ainda é envolto em um envelope lipídico. Duas glicoproteínas do envelope viral, E1 e E2, são incorporados ao envelope lipídico.

Todas essas características externas, importantes no processo de infecção viral, assim como as interações protéicas entre o vírus e célula hospedeira, são analisadas com o objetivo de produzir medicamentos cada vez mais eficazes contra esses patógenos e o novo sistema deve contribuir de forma eficiente para esse processo.

11/03/2011
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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