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Fitoquímicos combatem câncer de pele

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O emprego de plantas como terapia para o tratamento de diversos tipos de doenças ou mesmo para o reequilíbrio orgânico é uma prática milenar e que vem conquistando cada vez mais adeptos e espaço nas áreas médica e farmacêutica.

A partir do interesse do homem em expandir seus conhecimentos é que surgiu a fitoterapia - uma terapêutica caracterizada pelo uso de plantas medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas. As matérias primas dos fitoterápicos são plantas (folhas, caule, flores, raízes ou frutos) com efeitos farmacológicos medicinais, alimentícios, coadjuvantes técnicos ou cosméticos.   

Certas espécies de plantas têm em sua composição substâncias conhecidas como fitoquímicos e com diferentes ações terapêuticas. Essa atividade despertou o interesse de pesquisadores do Centro de Ciências da Vida da Universidade do Texas em San Antonio, EUA. O objetivo do estudo foi determinar o efeito inibitório dessas substâncias, combinadas quimicamente, em roedores com tumorigênese induzida de pele. Os animais geneticamente modificados são chamados de SENCAR (SENsitivity to CARcinogenesis ou sensíveis à carcinogênese). O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Cancer Prevention Research.
 
Os cientistas levantaram a hipótese de que o uso concomitante de um tratamento tópico e dietético com determinados compostos pode ser mais efetivo na prevenção do câncer de pele, do que se fossem administrados isoladamente.

As substâncias testadas nos animais foram o resveratrol, encontrado na casca e no extrato de sementes de uvas vermelhas, o cálcio D-glucarato, um sal de ácido D-glucárico (encontrado em várias frutas, vegetais e na corrente sanguínea) e o ácido elágico (encontrado em algumas bagas e nozes). O ácido elágico e o cálcio D-glucarato foram adicionados na dieta dos animais, enquanto o resveratrol foi aplicado topicamente, e o extrato de semente de uva foi administrado de forma tópica ou na dieta.

Os pesquisadores aplicaram o 7,12-dimetilbenzeno antraceno (DMBA) nos animais como um indutor de câncer de pele.  Utilizando nos animais as diversas combinações entre as substâncias selecionadas, os cientistas fizeram uma comparação desse tratamento com o grupo que foi tratado com DMBA e com aqueles que receberam um composto simples, mais o DMBA. Foram avaliados diversos fatores, entre eles a espessura da pele, tendo sido constatado que o uso das combinações foi mais efetivo na diminuição dessa espessura, do que os outros dois tratamentos.

A análise dos resultados mostrou que todas as combinações entre os outros compostos e o resveratrol, apresentaram um efeito sinérgico (forma de interação farmacológica) na hiperplasia e nas mutações no gene Ha-ras - um oncogene utilizado como biomarcador do início da formação de câncer e de inflamação.

Nesse estudo, os pesquisadores puderam concluir que todas as combinações mostraram efeitos aditivos ou sinérgicos e que suas ações conjuntas possibilitaram a diminuição das doses dos compostos. De acordo com o estudo, a combinação mais efetiva em termos de inibição de tumorigênese, foi a do resveratrol com o ácido elágico, o extrato de semente de uva e outras substâncias fitoquímicas.  
03/09/2010
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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