Imprimir

Descoberto novo tipo de tumor de mama

.
Estudo abre a possibilidade de novas formas de tratar o mal em algumas pessoas

Um novo tipo de tumor de mama, antes desconhecido, foi descoberto recentemente por cientistas suíços. Eles anunciaram a novidade em um estudo apresentado na Conferência Européia de Câncer de Mama, em Hamburgo, na Alemanha.

A descoberta se deu por acaso, em uma experiência comparativa envolvendo a aplicação de diferentes quimioterapias. Ao realizarem levantamentos sobre os genes ativos nos tumores, os pesquisadores observaram que, na realidade, estavam lidando com dois subtipos diferentes, um deles desconhecido. “Identificamos uma subclasse de tumores que não havia sido ainda descrita por nenhum pesquisador em estudos genéticos”, afirmou o doutor Pierre Farmer, do Instituto de Pesquisa de Câncer em Lausanne e do Institituto Suíço de Bioinformática.

Hormônios Masculinos

Durante os testes, 12 % dos 49 tumores estudados pertenciam ao novo subtipo descoberto na Suíça. Pesquisas anteriores no assunto relatavam apenas a existência de dois grandes grupos de câncer, os originários de células basais e os origem laminar, e mutações baseadas em sub-grupos. A pesquisa suíça revelou a existência de um terceiro grupo de células, as apócrinas, que têm relação com a produção de leite.

Segundo os médicos, muitos dos genes ativos nos tumores deste novo grupo estão relacionados à produção de androgênio, hormônio masculino associado a tumores de próstata. 

Por este motivo, imagina-se ser possível, num futuro, desenvolver tratamentos específicos para este tipo de câncer, baseados nos tratamentos atuais para tumores de próstata, que bloqueiam os sinais controladores da produção de androgênio no organismo.

Uma mudança imediata na forma de tratar o mal, no entanto, ainda é somente uma possibilidade. Como lembra Charlotte August, do serviço europeu de informações sobre o câncer CancerBACKUP, "essa pesquisa vai ajudar a desenvolver tratamentos mais efetivos para certos tipos de câncer de mama, mas isso não afeta o tratamento dado aos pacientes hoje em dia ".  
28/03/2004