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Estudo diz que a genética pode não influir em casos de cânceres comuns

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Enquanto rios de dinheiro são gastos para que se encontrem semelhanças genéticas para desvendar os mistérios do câncer, o British Medical Journal publica um estudo dizendo que existe uma grande possibilidade de que alguns tipos de cânceres não tenham nada a ver com a genética. A matéria é baseada em pesquisas de dois especialistas da área: o bioestatístico Dr. Stuart Baker, do Instituto Nacional do Câncer Americano (NCI), e o epidemiologista Dr. Jaakko Kaprio, da Universidade de Helsinki, Finlândia.    Segundo a análise dos pesquisadores, fatores ambientais, dietas e estilos de vida podem influir muito mais do que fatores genéticos. São apontadas mudanças na incidência da doença em um período de duas gerações diferentes, que no caso, é considerado um tempo curto para a aparição de novos genes.

De acordo com o estudo publicado no jornal britânico, em alguns tipos da doença não existem genes envolvidos, e no caso da existência, é pouco provável que tenham grande relação com o desenvolvimento da enfermidade. O estudo exclui casos de câncer obviamente hereditários, como o câncer de mama. 

Dados revelam porém, que no máximo 15% dos cânceres deste tipo são ligados a alterações herdadas. Para os cientistas, os restantes não devem apresentar nenhum componente vindo da hereditariedade. No caso de tumores de próstata, a afirmação é a mesma, os pesquisadores dizem que são de 9% a 22% os casos ligados a genética, enquanto no câncer colorretal entre 5% e 13%.    Em entrevista a Folha de São Paulo, Kaprio explica que a maior parte dos casos de câncer provavelmente não resultam de mutações, e sim de rearranjos do DNA. O doutor ressalta ainda que são necessários estudos de confirmação com testes em uma grande população de seres humanos.

Vale lembrar ainda que de início a pesquisa foi bastante criticada, principalmente pelo fato de um projeto que propõe evidenciar marcadores genéticos de suscetibilidade ao câncer estar em andamento no NCI. A idéia é seqüênciar o genoma de 2.500 homens para identificar genes ligados ao câncer de próstata, o orçamento do programa seria de US$ 14 milhões.

        
06/06/2006
 

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