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Novidades sobre o surgimento da Aids

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Estudos elaborados na Universidade do Alabama demonstram que os chipanzés são portadores do SIV (Simian Immunodeficiency Vírus - SIV), causador da Aids. A descoberta aconteceu por meio de um estudo feito com o isolamento de chipanzés em Camarões, na África. Uma equipe de pesquisadores criou uma forma de perceber o vírus nas fezes dos primatas.

Segundo a revista Science, a imunodeficiência humana do tipo 1 do vírus HIV representa uma infecção de grande proporção e de impacto social. O vírus mais próximo ao HIV 1 é justamente um vírus de imunodeficiência símia (SIV) identificado apenas em chipanzés da subespécie Pan troglodytes troglodytes. Análises genéticas distinguiram ainda duas variantes do vírus, uma que só existe em regiões da África e a outra pandêmica. Cada uma destas variantes contaminou populações de chipanzés diferentes.

O SIV é um retrovirus encontrado em primatas que contamina humanos com o HIV 1 e HIV 2, causadores da Aids. No caso, a origem da doença é atribuída ao retrovirus de primatas africanos.   A forma de transmissão mais provável seria pelo contato com o sangue de animais caçados. Ele foi descoberto há mais de 20 anos e já era sabido que a Aids estava de certa forma relacionada ao retrovirus, porém não existiam meios técnicos de entender qual eram os animais que portavam a doença. Para conseguirem estudar os animais protegidos pela lei, por serem uma espécie ameaçada, os estudiosos tiveram que desenvolver uma técnica não-invasiva e acabaram demorando 7 anos para chegarem a este resultado.    Segundo os pesquisadores do assunto, o vírus convive com o primata há muito tempo, e, um fato interessante que deve ser ressaltado é que o chipanzé portador do SIV pode ter uma grande quantidade do vírus, porém não desenvolver a Aids. O retrovirus é transmitido por meio de relações sexuais entre os macacos, porém como geralmente não causa a doença nos animais, dificulta a detecção dos primatas infectados. 

Pelo que tudo indica, embora a descoberta seja essencial para o entendimento da biologia da doença, isso não significa que vacinas e antivirais serão desenvolvidos prontamente. Em entrevista à Folha de São Paulo, o autor principal do estudo, Brandon Keele explica que atualmente estão trabalhando para determinar quais mutações aconteceram e o que estas significam em termos patológicos quando o vírus estava ainda no primeiro hospedeiro.    O estudo não pretende investir em pesquisas com primatas de outros países, mas, por outro lado, é ponto de partida para os que querem estudar a doença. De acordo com a Folha de São Paulo, muitos países africanos têm o costume de comer carne de gorilas, chipanzés e outros macacos, e esta seria uma outra forma de possível transmissão e talvez até do aparecimento de variantes do vírus.

  
04/06/2006
 

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