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Câncer de mama: novas descobertas e o caminho da cura

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O câncer de mama é o tipo mais freqüente e a causa mais comum de morte na população feminina em muitas regiões geográficas do nosso País. A cidade de Piracicaba, interior de São Paulo, não é exceção e merece destaque. Segundo o Jornal de Piracicaba deste mês e o Centro de Câncer Francisco Cunha Filho, a doença representa 19,17% das estatísticas oncológicas. Para se ter uma idéia, esse tipo de câncer é responsável, a cada ano, pela morte de 40 mil mulheres só nos Estados Unidos. 

Cerca de 211 mil americanas contraem anualmente a doença, segundo números das autoridades de saúde. Só nos EUA o tumor maligno atinge o pico máximo de incidência entre as idades de 50 e 55 anos e apresenta uma taxa de mortalidade anual de 46 mil mulheres.

O câncer de mama, tal como todo tipo de câncer, pertence a um grupo de doenças que se caracteriza pela perda do controle da divisão celular e pela capacidade de invadir outras estruturas orgânicas. Ele pode ser causado por fatores externos (substâncias químicas, irradiação e vírus) e internos (hormônios, condições imunológicas e mutações genéticas). 

Muito se tem feito em prol das terapias e fármacos para combater as várias formas de câncer e a “fórmula mágica” ainda é inexistente para uma cura de 100%, no entanto, sabe-se que o câncer não é hereditário e sua formação e desenvolvimento são cada vez mais compreendidos e estudados.     Existem alguns fatores genéticos que tornam determinadas pessoas mais sensíveis à ação dos carcinógenos ambientais, por exemplo. Dados revelam que, depois da alta incidência de câncer de mama, estão: o câncer de próstata com 13,69%, o câncer de colo retal (intestino) 11,62%, o câncer de pulmão com 7,96% e 34,09% representam câncer no pâncreas, melanoma, cérebro e estômago apontam os dados do Centro de Câncer Francisco Cunha Filho. 

É necessário que compreendamos que nem todo tumor é câncer. A palavra “tumor” corresponde ao aumento de volume observado numa parte qualquer do corpo. Quando o tumor se dá por crescimento do número de células, ele é chamado neoplasia - que pode ser benigna ou maligna. Ao contrário do câncer, que é neoplasia maligna, as neoplasias benignas têm seu crescimento de forma organizada, em geral lento, e o tumor apresenta limites bem nítidos. Elas tampouco invadem os tecidos vizinhos ou desenvolvem metástases. Por exemplo: o lipoma e o mioma são tumores benignos.

O câncer de mama tem boas opções de tratamento. A escolha depende do estado da doença, do tipo do tumor e do estado geral de saúde da paciente. O câncer de mama pode ser tratado por meio de radioterapia, quimioterapia, terapia hormonal ou cirurgia. Dependendo das necessidades de cada paciente, pode existir necessidade da conjugação destas terapias. O mastologista é a pessoa mais indicada para avaliar e escolher o tratamento mais adequado ao seu caso. 

Vários são os recursos usados pelos oncologistas e pesquisadores no tratamento do câncer de mama. Ultimamente, a terapia hormonal com anticorpos monoclonais tem tido grande aceitação pela comunidade científica. Um anticorpo monoclonal é uma proteína sintética projetada para atingir células de câncer específicas no organismo que funcionam como alvos para estas moléculas. Além disso, como a terapia com anticorpos monoclonais visa apenas as células do câncer, deixando as células sadias sem serem prejudicadas, e os efeitos colaterais são caracteristicamente leves - mais freqüentemente febre e calafrios, normalmente ocorrendo com a primeira administração do fármaco.

Acredita-se, também, que os anticorpos monoclonais podem estimular o sistema imunológico para destruir as células do câncer. A radiologia e a quimioterapia podem ser aplicadas isoladas ou em conjuntos e tem tido sucessos em muitos casos. Não obstante, a cirurgia é a conduta mais comum e o principal tratamento local no câncer de mama. O tumor da mama é removido, assim como os gânglios linfáticos da axila (esses gânglios filtram a linfa que flui da mama para outras partes do corpo e é através deles que o câncer pode se alastrar). 

Existem vários tipos de cirurgia e elas são indicadas de acordo com a fase evolutiva do tumor. Posteriormente, a reabilitação e restauração vêm auxiliar os métodos de tratamento para que a paciente tenha melhor qualidade de vida. Ela é feita por meio da cirurgia plástica de reconstrução e dos serviços paramédicos de auxílio.

O câncer, como se chegou a supor, não é contagioso, no entanto, alguns vírus oncogênicos, isto é, capazes de produzir câncer, podem ser transmitidos através do contato sexual. No que diz respeito à prevenção, a mamografia é apontada como a melhor arma no combate à doença. Diferentes estudos científicos têm mostrado sua utilidade no diagnóstico precoce desses cânceres, embora o impacto da mamografia, sobre a mortalidade por câncer de mama ainda seja objeto de investigações. 

As mulheres com uma história familiar em primeiro grau de câncer de mama (ocorrência da doença em mãe, irmã ou filha) têm cerca de duas vezes mais risco de desenvolver câncer de mama, quando comparadas às mulheres que não apresentam esse histórico familiar.

Há não muito tempo a Associação Americana para a Pesquisa do Câncer anunciou a conclusão de dois estudos: um que altos níveis de vitamina D significaram 50% menos risco de câncer de mama e outro que as mulheres que passaram tempo ao ar livre, pelo fato de que o sol estimula a produção de vitamina D, ou consumiram uma grande quantidade da vitamina na alimentação, ou por meio de suplementos - especialmente enquanto adolescentes - tinham de 25% a 45% menos probabilidade de desenvolver o câncer de mama.

O prestigiado Journal of the American Medical Association indicou através de uma publicação que até 70% das mulheres cujo câncer é alimentado pelo estrogênio se beneficiam tanto de terapias hormonais que bloqueiam este hormônio que a quimioterapia passa a significar poucas vantagens adicionais. A Sociedade de Oncologia Clínica dos Estados Unidos anunciou recentemente que um remédio receitado contra a osteoporose a milhões de mulheres de idade avançada também as protege contra o câncer de mama. 

O remédio em questão chama-se raloxifene e, tal como o tamoxifen, reduz de forma notória o desenvolvimento do câncer na mama. Vale lembrar que o primeiro apresenta menos efeitos colaterais (tais como a formação de coágulos e o agravante da formação de outro tipo de câncer, o uterino).

A pesquisa, financiada pelo Instituto do Câncer Americano, e realizada num universo de 20 mil mulheres que enfrentaram a menopausa, mostrou excelentes resultados. Como sempre é necessária uma resguarda nesses casos e os especialistas mostraram algumas resistências, já que ainda não estão perfeitamente claras as vantagens do remédio e é necessário aprofundar as investigações para demonstrar que a droga reduz o perigo de câncer de mama por períodos prolongados.

  
23/04/2006
 

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