Cientistas americanos identificam gene da gordura

Estudiosos da Universidade do Estado de Nova Jersey (EUA) identificaram um gene que indica uma nova compreensão para a obesidade. Com isto, os pesquisadores visam desenvolver novos remédios para controlarem o metabolismo da gordura.    Foi descoberto que a proteína lipina é uma enzima essencial no processo da regulagem da gordura e pode ser um alvo farmacêutico importante no controle de peso em seres humanos. A pesquisa indica a possibilidade de tratar tanto a obesidade quanto à perda de peso em portadores do HIV, segundo exemplifica o professor George M. Carman, do departamento de ciência alimentícia da Universidade.

Alguns estudos antigos já falavam sobre a perda de gordura em camundongos que tinham falta de lipina e o acumulo da mesma quando a proteína estava em excesso. Sabia-se do envolvimento da enzima no metabolismo da gordura, mas não se sabia a razão desta ligação.

A equipe de Carman revelou que a enzima PAP (phosphatidic Acid Phosphatase) é uma catalisadora que forma gordura e triglicérides. Como a lipina é um catalisador protéico essencial na formação de gorduras, foi denominada PAP.     Estudos anteriores feitos sobre PAPs, realizados em 1989 pelo pesquisador Yi-Ping Lin, foram deixados de lado na ocasião por falta de uma tecnologia mais adequada. Curiosamente, enzimas de PAP também foram deixadas no freezer em 1993 e esquecidas até a pouco, quando felizmente, por causa do tempo que passou a tecnologia evoluiu e permitiu assim, que hoje estes materiais fossem melhor analisados.    Deste modo foi possível usar os resultados e comparar na internet a seqüência de genes. Sabendo a seqüência dos aminoácidos, foi identificado um gene que tinha atividades de PAP. Assim, foram analisadas seqüências de aminoácidos que formam a enzima PAP em outros modelos de estudo, como o fermento biológico, e rastrearam a origem do processo para chegar ao gene de ativação, no caso o PAH1.    Confirmaram a ligação existente ao introduzirem o gene identificado nas bactérias e assim perceberam que a enzima codificada pelo gene PAH1 atuava como a lipina, o que faz do gene similar à proteína e, portanto, estabeleceu-se a relação também entre a PAP e a lipina. O estudo tem grande importância para os portadores de HIV e para as pessoas com problemas de obesidade. Segundo Carman o ideal seria encontrar este composto em alimentos que agissem como um PAP, deste modo não seria encarado como remédio.

De acordo com o Centro de Controle de Doenças e Prevenções dos EUA, nos últimos 20 anos constatou-se que a obesidade atingiu um terço da população adulta do país. O objetivo central dos americanos é reduzir este numero em pelo menos 15%.

02/04/2006