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Estudo mostra ser possível enxerto de tecidos da bexiga nos próprios pacientes

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Estudos do Instituto de Medicina Regenerativa da Universidade Wake Forest, na Carolina do Norte, mostraram ser possível fazer com que um paciente receba células da bexiga de si mesmo. Para o diretor do Instituto, Anthony Atala, este é um pequeno passo que sustenta a idéia de substituir tecidos e órgãos danificados, porém, é uma demonstração que a engenharia de tecidos é uma ferramenta viável que vai permitir corrigir problemas similares.

Atala está neste projeto desde 1990 e apenas em 1999 conseguiu implantar o primeiro órgão em um paciente. A idéia inovadora é que as células da bexiga cresceram do próprio paciente, por isso, não há risco de rejeição. A experiência traz a esperança de que a lacuna de doadores para transplante existente seja suprimida pela nova tecnologia.

Até hoje estes casos eram tratados com cirurgias reconstrutivas, ou com enxertos do estomago ou do intestino, mas o problema é que estes métodos causam complicações. Um dos motivos é o fato do intestino ter a função de absorção enquanto a bexiga faz a excreção. Até agora, o novo método se mostrou eficaz, de acordo com o cientista Anthony Atala, alguns pacientes estão sendo acompanhados há mais de 7 anos.

O estudo age em crianças e adolescentes de 4 a 19 anos internados no Hospital Infantil de Boston com disfunção vesical, um defeito no nascimento que causa o fechamento incompleto da espinha (espinha bífida). O processo começou com uma biopsia pegando exemplares das células musculares e células da parede da bexiga. Estas células foram cultivadas em laboratório até chegar em um número suficiente para ficarem em um molde com a forma similar à da bexiga. 

As células continuam crescendo e, depois de sete ou oito semanas da biopsia, as células engenhadas foram enxertadas na bexiga original do paciente durante a cirurgia. Comparadas com as experiências com células intestinais, os resultados foram mais que satisfatórios. Os testes comprovam que as células funcionaram tão bem quanto as reparadas com células intestinais, porém sem os efeitos colaterais que estas proporcionam.

O segredo da cirurgia é a redução da pressão dentro da bexiga para preservação dos rins. Um fator interessante a ser relatado é que a incontinência urinária foi melhorada após os pacientes serem submetidos à cirurgia. É valido lembrar também que atualmente o pesquisador trabalha com 20 órgãos e tecidos diferentes e ele ressalta que ainda é necessário um estudo mais aprofundado antes que a tecnologia seja utilizada.

  
03/04/2006
 

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