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Tratamentos e curiosidades do câncer

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A longa luta contra o câncer continua. Para estudar a doença, é preciso uma interação de muitos grupos de pesquisa especializados em diferentes características da enfermidade. Um dos grupos que domina estes métodos de estudo é o “Adesão Celular e Câncer”. Este e tantos outros grupos procuram entender as funções biológicas das moléculas associadas ao crescimento de tumores.     O câncer é uma doença do material genético das células (o núcleo) e ocorre com o acumulo de alterações no código genético. Ele é definido em função de uma célula tumoral e é considerado uma doença complexa que envolve tipos de células diversas de um mesmo microambiente, que são no caso as células de defesa, as de suporte dos tecidos e a de vasos sanguíneos. Esta visão é que permitiu a aparição de outros alvos para as terapias contra a doença. Já os tumores são gerados a partir de uma mutação e é com o acumulo destas mutações é que se formam células geneticamente diferentes da massa tumoral. Quando as mutações acontecem, as células acabam crescendo de maneira descontrolada. Isto acaba ocorrendo por causa da duplicação celular desordenada e da progressiva resistência à morte celular, decorrente de um número razoável de genes associados ao câncer.  

Possibilidades para tratamentos

Os genes contêm instruções para a síntese de proteínas e acabam controlando a duplicação, diferenciação, estabilidade do genoma e a migração e morte celular. Um ponto importante é que as células contaminadas ultrapassam os limites dos tecidos originais e ficam com a capacidade de modificar o ambiente em seus arredores, migrando pelos tecidos do corpo e podendo criar novos tumores, este processo é chamado de metástase.

Outro grande problema enfrentado na atualidade é que às vezes são utilizados alguns remédios que conseguem matar algumas células tumorais, porém outras são mais resistentes e não são eliminadas pelos medicametos. Desta forma, as mais resistentes acabam repovoando o tumor e sobrando apenas células tumorais resistentes à droga, o que torna o tratamento ineficaz.    Quando existe um tumor, algumas substâncias aumentam a quantidade e outras se modificam. Estas duas ocorrências são chamadas de “marcadores”. Tentando controlar a expressão dos marcadores do câncer, no caso o desenvolvimento do tumor, foram testadas algumas estratégias que visam tornar a célula tumoral mais sensível a outros medicamentos. É válido dizer que os marcadores são úteis para o reconhecimento do tumor, servem como uma identificação do paciente. Acredita-se ainda que no futuro servirão para prever o comportamento do tumor e ajudar a reconhecer o melhor tratamento.

Em estudos de melanomas, tumores de pele resistentes a tratamento radio e quimioterápico, foram indicados inúmeros candidatos a marcadores. Alguns deles controlam a vida das células tumorais e fazem com que ela resista a tratamentos quimioterápicos e é por isso que estão sendo estudadas estratégias para controlar esta ação dos marcadores, a fim de que torne a célula mais sensível a outros medicamentos. Outra constatação é que algumas moléculas estão ligadas à geração de vasos sanguíneos que nutrem o tumor, por isso, o grupo de pesquisa liderado por Roberto Zatz, da Faculdade de Medicina da Usp, demonstrou que medicações usadas no controle da pressão alta, por exemplo, podem ter outras aplicações além da habitual.

Hoje em dia são testados tratamentos que seriam capazes de aumentar a sensibilidade dos tumores aos medicamentos, o que diminuiria a quantidade de células resistentes, e assim, aumentaria o tempo para que o tumor voltasse ao seu tamanho inicial. Mais uma possibilidade analisada seria diminuir o tumor e deixar as células paralisadas, ou seja, em estado latente, evitando que apareçam novos vasos que nutrem os tumores. A partir do momento em que se passa a entender melhor estas interações entre as diferentes células, é possível desenvolver novos tratamentos, além de ser possível a consagração de outras drogas como complementares no tratamento do câncer.

  
16/02/2006
 

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