Logotipo Biotec AHG

Destilador molecular é criado na FEQ

Imprimir .
Projeto da Faculdade de Engenharia Química (FEQ – Unicamp) visa construção de um destilador molecular centrífugo de alto desempenho. O destilador utiliza-se de fontes naturais, em sua maioria termossensíveis e fabrica medicamentos, produtos alimentícios e cosméticos.

Hoje em dia, as empresas nacionais precisam importar estes destiladores de países como a Alemanha ou Estados Unidos, o que acaba custando cerca de 600 mil dólares. Se o equipamento fosse nacional, o custo poderia ser reduzido pela metade. É importante lembrar que a fabricação do destilador nacional visa que 100% das peças empregadas sejam brasileiras e para a construção e o teste do projeto, é esperada a liberação de R$ 80 mil e o fornecimento nacional dos componentes.

Os componentes bioativos das plantas, sementes, frutas e raízes, podem ser usados em aplicações comerciais. A extração destes componentes pode ser feita por este destilador molecular. Aproveitando-se da gravidade, ou da ação da força centrífuga, ele distingue as moléculas complexas das misturas realizadas com as fontes naturais.

O processo ocorre em câmaras de vácuo, isto faz com que as moléculas se desprendam e se movimentem nos extremos do destilador e formem um destilado ou concentrado vitamínico final. Em entrevista ao jornal interno da faculdade, a professora e fundadora do Laboratório de Desenvolvimento de Processos de Separação (LDPS) da FEQ, Dra. Maria Regina Wolf Maciel afirmou que existem momentos que se pode destilar até duas frações de interesse comercial simultaneamente. 

Para a professora, a vantagem é a possibilidade de extrair produtos de alto valor agregado de substâncias normalmente exportadas ou descartadas. De acordo com a pesquisadora, geralmente o Brasil exporta com um preço barato e importa o produto muito mais caro, pelo alto valor tecnológico empregado.

A Fapesp, Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo, já investiu cerca de R$ 200 mil no projeto do destilador brasileiro. Para um dos membros da equipe, Dr. César Benedito Batistella, o grupo da Unicamp dominou a tecnologia necessária para montar um protótipo brasileiro e tornou possível o melhoramento dos componentes dos sistemas disponíveis, como o caso do condensador. 

Ele revela que os destiladores convencionais utilizam uma alta temperatura, e esta pode decompor substancias sensíveis e acabam inviabilizando o processo produtivo. Segundo o pesquisador, o novo destilador seria capaz de operar em temperaturas variadas diferentes para cada produto. Ele revela ainda que a temperatura do evaporador também seria mais baixa, o que preservaria o material.

Analisando o projeto, a Petrobrás chegou a conclusão que um equipamento que pudesse separar as moléculas complexas, também seria capaz de destilar determinado tipo de petróleo, assim, a FEQ percebeu que era possível separar as frações pesadas do petróleo, o que possibilitou sua caracterização. Assim, pretendendo melhorar o desempenho do destilador, a FEQ persegue com pesquisas.

 

 

 

11/12/2005
 

 © BIOTEC AHG 2023 - Todos os direitos reservados - São Paulo, Brasil.