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Creme anti-viral na proteção contra doenças sexualmente transmissíveis

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Cientistas acreditam ter criado uma nova alternativa para as mulheres se protegerem de doenças sexualmente transmissíveis por vírus como a Aids e o herpes. Segundo o jornal The Independent, da Inglaterra, o resultado é revolucionário. Foi produzido um creme anti-viral a base de RNA. O novo creme contém pequenas moléculas de RNA que interfeririam nos locais chaves em genes do vírus do herpes.

Ele seria um microbicida e poderia ser aplicado antes do ato sexual e assim protegeria contra o vírus de ambas as doenças. De acordo com o mesmo jornal, o creme foi testado em ratos e até agora não se percebeu nenhum efeito colateral, porém testes em seres humanos não serão feitos antes e dois anos.    Um estudo feito por Judy Lieberman, da Escola Médica de Harvard, de Boston, mostrou que os ratos em que o creme foi colocado não apresentaram sintomas das doenças e ainda estavam mais protegidos contra o herpes do que os ratos que não estavam com o creme.    Para a coordenadora da pesquisa, a vantagem do experimento é que se poderia produzir um “estado antiviral” de longo prazo que protegeria da doença por uma semana ou mais. A pesquisa consistiu em administrar pequenos fragmentos de RNA associado a lipídios diretamente na vagina das roedoras. Estes fragmentos de RNA “desligariam” genes essenciais do vírus do herpes impedindo a instalação da doença. Tempo depois de colocado o creme, foi instilada uma dose letal do vírus no órgão genital das ratas.

Segundo entrevista para o jornal Nature, a pesquisadora afirmou que 80% dos ratos morreram ao serem expostos duas vezes a dose letal do vírus do herpes sem o anti-viral, por outro lado, dos animais com o creme, apenas 20% tiveram o mesmo fim.

Quando o RNA está em veículo lipídico, o lipídio auxilia no transporte das moléculas de RNA para dentro das células do sistema reprodutivo do animal. Para a pesquisadora, o efeito do creme dura pelo menos 9 dias e ela calcula que em humanos poderia durar semanas.

Os estudos revelam que o RNA interferente (RNA fabricado para interferir no vírus) ficou restrito ao tecido vaginal, o que significa que não se espalhou para o resto do organismo. O objetivo principal da pesquisa seria produzir moléculas de RNA “interferentes” contra os trechos de genes também do HIV, alterando-o e possivelmente tornando-o inativo.

  
01/12/2005
 

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