Logotipo Biotec AHG

Febre Aftosa: Altamente contagiosa e muitas vezes fatal

Imprimir .
Descoberta na Itália no século XVI, a febre aftosa é um assunto preocupante, pois os focos da doença estão aumentando no Brasil. Segundo o Departamento de Microbiologia da Universidade de Granada, a febre aftosa é uma infecção causada por um vírus, ou melhor, pelo primeiro vírus animal conhecido (descoberto em 1898).

Causada por sete tipos diferentes de vírus extremamente contagiosos, a doença é responsável pela morte de criações inteiras de bovinos, ovinos, caprinos e suínos, ou seja, animais com o casco partido. A doença já é encarada como endêmica na Ásia, América do Sul, África e no Oriente Médio. Além do problema em si, existe toda uma preocupação econômica em relação à diminuição da compra da carne brasileira.   

Vírus

O vírus que causa a febre aftosa é da família Picornaviridae, gênero Aphthovírus. Os sintomas apresentados por um animal doente são: muita salivação, febre alta e vesículas nos lábios, língua, gengiva, mamas e patas são os principais sintomas da doença. 

O gado contaminado não pasta, perde peso, diminui a produção de leite e muitas vezes morre. Os sinais da enfermidade são evidentes em bovinos e suínos. Geralmente as ovelhas e cabras desenvolvem infecções subclínicas. Em animais selvagens, os sinais variam: podem tanto desenvolver infecções subclínicas ou inaparentes, como desenvolver a doença severa.

O resultado da grande perda econômica causada pela febre aftosa fez com que se procurassem vacinas para os animais, porém, a primeira vacina foi usada por um determinado tempo e posteriormente considerada inviável por seu elevado custo, além da necessidade de aplicação nos animais a cada 7 meses aproximadamente. 

São anos tentando aprimorar vacinas e resolver o problema. O fator que se deve saber ao procurar uma vacina para a febre é que existem vários tipos de Aphtovirus. Esta variedade antigênica é típica de vírus com genoma de RNA.

Sabe-se que cientistas estão desenvolvendo na Argentina uma vacina a base de Alfafa GM que foi experimentada em laboratório com ratos infectados pela febre aftosa. Isso facilitaria a imunização dos rebanhos e, além disso, a vacina não precisaria de refrigeração para ser estocada, o que diminuiria o custo. 

Altamente contagiosa, o contato direto com os animais infectados, ou com suas excreções naturais, como saliva, fezes, fluidos da vesícula ou até mesmo o leite, permite a disseminação da doença. 

Em casos mais avançados, o sangue do animal encontra-se infectado pelo vírus. Um grande problema é que o vírus chega a se espalhar pelo ar e alcança até 90 km, atingindo animais que estão nas proximidades. 

Além disso, as pessoas servem como portadores, carregando o vírus na garganta ou até mesmo no trato respiratório por um período de até 24 horas. Roupas e calçados também transportam o vírus. Atualmente desinfetam-se até mesmo veículos que estiveram por perto de locais contaminados. O vírus prefere ambientes com condições adequadas com pH menor que 9.0 ou maior do que 6.0, porém, em condições favoráveis, é resistente por até um mês.

Mesmo sendo uma zoonose (doença que pode ser transmitida ao ser humano, através de animais infectados ou infestados) raramente afeta seres humanos. Em entrevista ao site “SIC”, Serviço de Informação da Carne, a especialista Edviges Maristela Pituco afirmou que: “A infecção em humanos só ocorre se houver exposição massiva ou causas predisponentes que alterem a suscetibilidade do indivíduo. A transmissão pode ocorrer por contato com animais enfermos ou material infeccioso, por meio de lesões mínimas, como arranhões, quando o vírus penetra no organismo, ou pela ingestão de leite não pasteurizado”.

Em casos graves da febre aftosa ocorre uma infecção das vias respiratórias em animais mais jovens, e isso pode chegar a ser fatal para até 50% dos infectados. Uma grande preocupação é que, além dos animais estarem contaminados com a doença, são portadores do vírus e o espalham ainda mais.

É importante salientar que iogurtes e queijos feitos com leite pasteurizado não apresentam nenhum tipo de perigo, pois o processo de aquecimento destrói o vírus.        
06/11/2005
 

 © BIOTEC AHG 2023 - Todos os direitos reservados - São Paulo, Brasil.