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Eficácia de nova vacina contra HPV

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O HPV (papilomavírus humano) é transmitido por meio do contato sexual e geralmente é caracterizado pelo aparecimento de verrugas e lesões nos órgãos genitais, decorrente do crescimento celular irregular causado pela presença do vírus. Essas lesões muitas vezes, transformam-se em tumores nos órgãos em questão, mas é importante lembrar que nem todos os tipos de HPV evoluem para o câncer. 

A infecção muitas vezes é assintomática e até o presente momento não existe tratamento capaz de curar a doença. Desde o descobrimento do HPV pela ciência, aproximadamente 20 anos atrás, foram identificadas vinte linhagens diferentes do vírus até o presente. 

São quatro linhagens virais as mais estudadas hoje, pelo elevado risco que apresentam a saúde. O HPV dos tipos 6 e 11, são os responsáveis por mais de mais de 90% do surgimento de verrugas nos genitais. Já tipos 16 e 18, os mais perigosos, correspondem a 50% e 20%, respectivamente, dos casos totais de câncer cervical.   

Progresso 

No último dia 7, em São Francisco, E.U.A., durante o encontro da Sociedade Norte Americana de Doenças Infecciosas, foram apresentados os resultados da pesquisa sobre uma nova vacina contra o HPV,  envolvendo o acompanhamento de 12.127 mil voluntárias, graças ao grande esforço e colaboração da comunidade científica internacional. Numa etapa anterior, uma versão inicial da vacina, já havia apresentado resultados significativos, a mesma foi capaz de prevenir o câncer em cerca de 1500 mulheres.     Os dados apresentados sobre o acompanhamento do grupo das 12.127 pacientes, entre as idades de 16 e 26 anos, por um período de quase dois anos, revelaram uma enorme eficiência da droga testada, pois não foi constatado nenhuma lesão pré-cancerosa nas voluntárias que receberam a nova vacina, apenas 21 mulheres que receberam placebo ao invés da vacina desenvolveram lesões pré-cancerosas associadas aos tipos 16 e 18 do HPV.   

Os resultados do teste clínico da nova vacina contra o HPV mostraram ser eficientes em até 97%, impedindo a infecção por ambas as 4 linhagens do HPV, as do tipo 6, 11, 16 e 18. O produto deverá estar disponível no mercado consumidor após a comprovação dos resultados promissores, conforme esperado nessa ultima etapa.

A finalização da pesquisa ocorrerá após a analise dos resultados obtidos, numa terceira etapa prevista para 2006. Onde os dados e as informações de todos os grupos das pacientes estudadas, totalizarão 25 mil voluntárias, provenientes de 33 países, sendo este um número bem significativo para os testes de segurança com a vacina. O Brasil participa com aproximadamente 3 mil voluntárias neste estudo.  

Estatística da Doença

O câncer de colo de útero (cervical), causado pelo HPV, é a segunda maior causa de mortes por câncer feminino no mundo (o primeiro é o de mama). Por ano, mais de 280 mil mulheres morrem deste tipo de câncer, sendo 8 mil somente no Brasil. Nos Estados Unidos, o HPV já infectou mais de 20 milhões de pessoas e a cada ano morrem em média 4 mil mulheres de câncer cervical.

Pelo fato do câncer cervical levar anos para se desenvolver, os pesquisadores observaram anomalias no tecido da região do cérvix, essas anomalias são lesões pré-cancerosas e que na maioria das vezes acabam se convertendo em câncer quando a paciente não faz o tratamento adequado.

O Tratamento usual para o câncer cervical, depois de estabelecido é a histerectomia, cirurgia que remove total ou parcialmente o útero e apresenta uma cura de até 92% nos casos em que o procedimento foi feito no estagio inicial da doença.   

A Vacina

A vacina em questão é desenvolvida pelas companhias Merck Sharp & Dohme e  Sanofi Pasteur,  a Merck já pretende negociar com a agência reguladora de remédios e produtos alimentícios nos EUA, a FDA, para ter a permissão de comercializar o produto.    O nome da nova vacina é Gardacil e tem caráter preventivo, ou seja, servirá para conferir imunidade às pessoas que ainda não foram infectadas com o vírus do HPV.

Quando estiver disponível no mercado, ela deverá ser aplicada principalmente em adolescentes e crianças de ambos os sexos, pois os homens são também muitas vezes portadores assintomáticos. Acredita-se que a partir dos 10 anos de idade essa vacina deva ser aplicada, antes obviamente do início da vida sexual, assim, estarão livres de qualquer contato com o HPV.

Além da vacina para combater o HPV, existem outras vacinas para o mesmo fim, também sendo testadas pelos centros de pesquisa no Brasil, como no Departamento de Microbiologia da Universidade de São Paulo e também pelo Instituto Butantã.  Ao que tudo indica estes tipos de vacina serão uma estratégia bem eficaz para a erradicação de cânceres de origem viral, assim como no caso do HPV.
  
23/10/2005
Biotec AHG
 

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