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Pesquisas em organismos marinhos nos tratamentos de doenças humanas

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Baseando na toxina do caracol marinho (Conus magus), o novo analgésico contra dores crônicas, Ziconotide, já está disponível nos Estados Unidos com o nome de Prialt.

O Ziconotide é um analgésico derivado de conchas de caramujos encontrados no Pacífico Sul. A medicação chega a ser 50 vezes mais forte do que a morfina, com a vantagem de não causar dependência. Para aplicá-la, utiliza-se o método de injeção intratecal (aplicação junto à espinha dorsal). 

O curioso da nova medicação é que tem funcionado em pacientes que nem mesmo a morfina teve o efeito esperado. O caramujo do Pacífico Sul se alimenta de peixes. Para comer a presa, utiliza-se de um dente extensível venenoso. O veneno tem 20 toxinas diferentes e paralisa e anestesia, porém, em seres humanos, o que causa a morte das presas, pode ter um efeito de inibição de dor se utilizado em dose certa.

Embora seja um remédio promissor, é importante lembrar que, segundo o chefe da unidade de anestesia e cuidados intensivos do Hospital Geral de Viena, Hans Georg Kress, a medicação não é indicada para qualquer dor crônica, mas sim para dores difíceis de serem tratadas.

Vale lembrar que no Brasil o Hospital do Câncer, da fundação Antônio Prudente, importou uma dose dessa medicação para uso no tratamento de pacientes com dores intensas tratados com Opióides. Entretanto, só uma paciente foi beneficiada com o tratamento. Embora os resultados fossem bons, o tratamento foi abandonado em virtude do preço proibitivo.  

Outras pesquisas

Derivado de uma bactéria com praticamente as mesmas moléculas de uma esponja, o Soblidotin é um antibiótico que foi elaborado da modificação química de uma toxina de nudibrânquio. Acredita-se na possibilidade de sua utilização no tratamento contra câncer de pulmão.

Outra toxina marinha bastante estudada atualmente é a Bryostatin. Derivada de um briozoário, também conhecido como animal do musgo, está sendo combinada com arsênio para ser utilizada em tratamentos de certas formas de leucemia aguda.

Também usado no tratamento de câncer, o Bryostatin estimula a produção das proteínas da memória, por isso, poderá ser útil na luta contra o Alzheimer. A doença incurável é caracterizada pela perda da memória progressivamente, além de outras capacidades do cérebro. As células mentais se atrofiam e morrem em diferentes partes do cérebro. Esta degeneração costuma durar cerca de 10 anos, e com o avanço destrói pontos vitais e causa a morte. 

Os efeitos do Bryostatin já são conhecidos de longa data, porém desta vez a experiência com caramujos marinhos comprovou o armazenamento das proteínas responsáveis pela memória. A diferencia é que o tratamento age na causa da doença. Segundo o principal responsável pelo estudo, Daniel Alkon, é um grande avanço para pacientes de Alzheimer.

De acordo com o National Geographic Brasil, uma modificação química em uma toxina de um caramujo, resulta no DMBX, que, conforme estudos, é mais uma droga que poderá ser capaz de tratar a doença de Alzheimer.
  
25/10/2005
 

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