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Alternativa diagnóstica para câncer de ovário

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Atualmente o câncer de ovário é fatal para cerca de 115 mil mulheres por ano no mundo todo. Só na Europa são 63 mil casos novos por ano. Neste último dia 24, um estudo austríaco divulgado pela Medical Reserch News, revelou que talvez seja possível fazer um diagnóstico precoce da doença, o que resultaria em um tratamento prévio e diminuiria o número de mortes em razão da doença.    Para pesquisadores da Universidade Médica de Viena, a detecção de dois genes que não funcionam na maioria dos casos de câncer de ovário, poderiam diagnosticar precocemente a doença conhecida por ser “assassina e silenciosa”. São eles: O N33 e o NFA6R.  Os pesquisadores concluíram isto, pois compararam células de ovários normais com células de ovários com câncer e perceberam que existem diferenças moleculares genéticas entre elas.     Os genes N33 e EFA6R estão inativos quase que completamente nas células com câncer.  Para detectar a desativação destes genes basta realizar exames de sangue e reações em laboratório. A vantagem desta alternativa seria pelo fato do câncer de ovário atualmente ser diagnosticado somente após o aparecimento dos sintomas o que ocorre depois que a doença já progrediu para além dos ovários, já com o novo método, a doença, seria diagnosticada previamente em seus estágios preliminares.

Em entrevista a empresa de comunicação Reuters, o professor Michael Krainer afirmou que sua equipe não sabe ao certo o que os dois genes fazem, porém suspeita que estejam ligados à progressão da doença. Acredita-se que o N33 pode estar envolvido no regulamento da morte das células e o EFA6R na transmissão do sinal.

Para os pesquisadores, os genes sofrem uma metilação, ou seja, se alteram quimicamente, e como conseqüência, são desativados e isto que poderia ajudar no diagnóstico, pois o câncer de ovário não apresenta sinal algum nos primeiros estágios, o que resulta em um diagnóstico tardio e acaba dificultando o tratamento. Nestes casos, a taxa de sobrevivência é baixa e chega a ser de 5 anos em apenas 20% dos enfermos.

No projeto foram medidas a expressão de diversos genes em uma faixa particular do cromossomo humano 8 em células do tumor de 90 pacientes.  No câncer de ovário houve uma perda da faixa cromossômica.  Um trabalho mais adiantado nesta área pela equipe do prof. Krainer tinha identificado já 22 genes. O projeto pôde agora demonstrar que cinco destes genes mostram níveis muito baixos da expressão em células do tumor. 

Destacando os avanços que estão sendo feitos no diagnóstico do câncer, o prof. Krainer declarou em entrevista a Medical Research News que a etapa seguinte na detecção adiantada é o diagnóstico de marcadores genéticos moleculares tais como metilação. Para ele, estes fornecem a informação no desenvolvimento real do câncer em pacientes individuais.     Isto significa que a análise de marcadores genéticos moleculares é ideal para o diagnóstico da predisposição genética de câncer como de mama e de colon (intestino grosso), por exemplo. Segundo dados da Medical Research News, o diagnóstico de predisposição genética oferece a informação vital na probabilidade que uma pessoa terá uma disposição hereditária para estes tipos de câncer. 

Hoje estes diagnósticos genéticos já oferecem oportunidades para ajustar testes de seleção, embora sejam caros, aos perfis individuais de risco. Isto conserva vida e dinheiro - a razão porque os fundos holandeses do seguro de saúde são preparados para pagar pelo diagnóstico genético.Como a eficácia do tratamento é maior quando a doença é descoberta cedo, é importante que mulheres de alto risco sejam pesquisadas, isto é, se existem casos na família, deve-se procurar um especialista.
  
25/10/2005
 

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