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Exame genético detecta câncer de próstata

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Uma nova técnica para o diagnóstico do câncer de próstata, desenvolvida por cientistas britânicos, promete ser menos invasiva e mais eficaz na previsão da evolução da doença. 

Os exames realizados até hoje utilizavam como base amostras de sangue, urina e tecidos para se chegar a um diagnóstico sobre a gravidade dos tumores de próstata, assim como a forma como esse câncer poderia evoluir. 

Tais métodos são considerados imprecisos, o que leva os médicos a uma análise pessoal para decidir se uma operação é realmente necessária. 

Desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa sobre Câncer da Grã Bretanha, a técnica, que utiliza a análise genética, poderá evitar operações desnecessárias.     Processo    Colin Cooper, professor do Instituto de Pesquisa, explica o processo: "queremos distinguir os tumores agressivos que requerem tratamento daqueles que podem ser monitorados sem tratamento. Isso poderia prevenir milhares de homens de passar por cirurgias que podem causar incontinência ou impotência." 

A nova forma de análise vasculha múltiplas amostras de tecido em busca de sinais de genes associados ao câncer. Essas amostras são retiradas da glândula da próstata, por meio de pequenas agulhas.     Depois dessa verificação, os pesquisadores têm possibilidade de identificar genes que indicam o grau de malignidade de um tumor. 

No próximo passo, uma grande quantidade de amostras de tecidos é colocada em um "quadro de xadrez" para análise simultânea em laboratório. Os pesquisadores então buscam sinais de genes já associados ao câncer de próstata, como é o caso do E2F3, que indica a gravidade da doença. 

De acordo com os cientistas, a procura múltipla de sinais é importante pois a combinação desses sinais pode conduzir a um melhor diagnóstico. Com isso, eles esperam levar para a mesa de cirurgia apenas os casos mais graves. 

Comum

Atualmente, a forma mais comum de câncer entre os homens da Inglaterra é o de próstata. A enfermidade afeta mais de 30 mil homens naquele país e quase dez mil morrem em decorrência da doença a cada ano. 

Segundo o professor Peter Rigby, chefe executivo do Instituto de Pesquisa, a descoberta do novo método demonstra o real progresso dos estudos no campo do câncer de próstata. "O desenvolvimento dessa técnica é um passo significante e pode salvar a vida de centenas de homens", afirmou.     O gene E2F3 é hiperativo em tumores desse tipo. "Um teste para distinguir tumores agressivos dos outros é visto como o 'cálice sagrado' da pesquisa do câncer de próstata", explicou Colin Cooper. 

Testes

O único teste para a doença era o do antígeno específico da próstata (PSA), proteína produzida pela glândula. Um nível elevado de PSA pode ser sinal de câncer ou de algo menos sério. 

Num estudo comparativo entre células saudáveis e cancerosas, os cientistas britânicos descobriram que 67% das células do câncer de próstata tinham um indicativo da presença de E2F3. Os prognósticos mais graves foram relacionados a níveis mais altos da proteína. 

O câncer de próstata causa cerca de 200 mil mortes por ano em todo o mundo.
    
11/08/2005
 

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