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Hospital de Recife inaugura cirurgia infantil inédita com células-tronco

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Especialistas em micro-cirurgias do Hospital SOS Mãos, de Recife, realizaram, no dia 2 de junho, a primeira cirurgia em crianças com o uso de células-tronco retiradas da medula óssea. Os médicos tinham o objetivo de recompor nervos periféricos comprometidos.

Luis Henrique Barbosa, de sete anos, foi o paciente inicial. Ao cair com um prato, num acidente doméstico ocorrido um mês antes, o menino teve um corte profundo na mão direita, que afetou seus movimentos.

Conforme informações do cirurgião Rui Ferreira, a operação com células-tronco irá permitir a reconstituição do nervo afetado, que estava atrofiado.

Segundo ele, o hospital, pioneiro no Nordeste na aplicação desta técnica - até então restrita a adultos -, já realizou intervenções com células-tronco em nove pacientes este ano e todos tiveram uma recuperação muito veloz. "Os resultados foram surpreendentes",  afirmou.

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Dois pacientes adultos foram submetidos às primeiras operações com células-tronco efetuadas no Nordeste, no mês de abril. Edson Xavier, de 18 anos, teve os movimentos do braço comprometidos devido a um acidente de moto e Redivaldo Silva, de 37 anos, perdeu os movimentos da mão direita após um acidente com vidros.

Com o sucesso da cirurgia, Silva conseguiu desenvolver sensibilidade de proteção, diferenciando o frio do calor, o que costuma ser possível  Somente a partir do sexto mês da intervenção.

As cirurgias, gratuitas, foram feitas pelos médicos pernambucanos Mauri Cortez e Rui Ferreira, orientados pelo cirurgião gaúcho Jefferson Braga, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e pioneiro no País na aplicação da técnica.

De acordo com Braga, tais cirurgias têm a finalidade de impulsionar a regeneração nervosa para melhorar a sensibilidade e a motricidade de pessoas que sofreram perda de um segmento do nervo, principalmente por acidente.    Para Cortez, a recuperação com esse tipo de procedimento é mais rápida e eficiente. Ele explicou que, nos dois casos, as células tronco foram retiradas da crista ilíaca, que fica na bacia do paciente. O processo de separação das células foi feito em laboratório, pela bióloga Denise  Machado, da PUC. Depois, o material foi injetado nos pacientes para estimular o crescimento dos nervos rompidos.

Cortez e Ferreira, diretores do SOS Mãos, vão apresentar proposta ao ministro da Saúde, Humberto Costa, para que o hospital particular seja  credenciado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), para fazer mais procedimentos semelhantes, visando atender um maior número de pessoas.    O hospital pretende criar ainda neste ano um instituto para desenvolver pesquisas e cursos de microcirurgia com uso de células-tronco.  
13/06/2005
 

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