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Pesquisador sul coreano pretende criar banco mundial de células-tronco

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Na última semana, um dos mais comentados pesquisadores da genética médica mundial esteve no Brasil para participar do XVII Congresso Brasileiro de Genética Clínica, em Curitiba, que aconteceu entre os dias 8 e 11 deste mês. 

No evento, que contou com a presença de profissionais de todo o mundo, foi possível ampliar a troca de experiências, conhecimentos e as mais avançadas técnicas do setor, apresentadas durante o evento.

O Dr. Hwang, que esteve no Brasil juntamente com Seung Keun Kang, de sua equipe, juntou-se aos mais de 25 palestrantes estrangeiros que ministraram palestras no evento, vindos de países como Estados Unidos, Suíça e Inglaterra.

Em entrevista à Agência de Notícias Associated Press, o pioneiro em pesquisas de clonagem de células-tronco Hwang Woo-suk declarou possui a intenção de criar um banco de células tronco ate o final do ano com o objetivo de acelerar as pesquisas de desenvolvimento de tecidos para reposição e tratamento de doenças.

A equipe de Hwang é conhecida na Coréia por sua dedicação intensa às pesquisas, trabalhando continuamente, sem feriados nem finais de semana, e com pesquisadores dormindo no próprio laboratório.

O banco, segundo ele, consolidaria as pesquisas em células-tronco em um único local. Assim para tratar um paciente, os pesquisadores procurariam a linhagem que mais se aproximasse do perfil desejado de acordo com os sistema imunológico do paciente, em um processo semelhante ao utilizado atualmente para encontrar doadores para transplantes de órgãos.    “Esperamos abrir um banco de células mundial, ainda este ano, na Coréia. Vamos começar com o que temos, oferecendo aos pacientes que sinceramente precisam delas (as linhagens) pelas razões corretas”, afirmou. O pesquisador disse ainda que pensa em colocar o banco sob a administração de uma agência internacional.

“Isto significaria que a Coréia está tomando a iniciativa de combater as doenças da humanidade”, completou.

Hwang e seus pesquisadores na Universidade Nacional de Seul criaram a primeira linhagem de células tronco-embrionárias compatíveis com pacientes doentes e lesionados, em um trabalho publicado no jornal Science mês passado. O fato ocorreu apenas um ano após o grupo ter impressionado o mundo com a clonagem de um embrião humano.

A compatibilidade conseguida pela equipe coreana significa que as células conseguidas não sofrem rejeição pelo organismo do paciente. Espera-se ainda que estas células possam ser usadas no tratamento de males como a diabetes, lesões na medula espinhal e doenças que afetam o sistema imune.    Novos desafios    Hwang agora pretende conseguir desenvolver células-tronco dentro de órgãos e tecidos específicos.

O trabalho do pesquisador encontra-se no centro de uma discussão mundial sobre a utilização ou não de clonagem de células-tronco embrionárias em pesquisas médicas, a chamada clonagem terapêutica. Hwang reconhece que trabalha com um tema delicado, mas rebate as críticas de que estaria destruindo vidas.

“O que estamos fazendo não é criando embriões. Um embrião, basicamente, é o berço da vida. Mas nós não temos a intenção nem a meta de criar a vida”, disse. “Quando o material genético é removido do óvulo, ele se torna uma célula vaga, é assim que eu encaro isto”, afirmou.

Por ultimo, Hwang afirmou que ele é um cientista, e não um político. “Nossa meta principal e conseguir dar vida a pessoas com doenças incuráveis, e recuperar seu direito humano de serem felizes”, completou.  
05/06/2005
 

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