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Roberto Rodrigues assina convênio para testes de biodiesel em tratores

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O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Roberto Rodrigues assinou neste dia 17 um convenio para a ampliação de pesquisas e testes do uso de biodiesel em tratores nos próximos anos. 

O projeto será realizado em parceria com a Universidade Estadual Paulista (UNESP) de Jaboticabal e a Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, além de diversas empresas privadas, entre elas produtora de máquinas agrícolas Valtra, que irá fornecer os tratores para as pesquisas.

O objetivo do programa é conseguir coletar dados e aprimorar o funcionamento destas máquinas com diversas proporções de biodiesel, em quantidades que variam de 2 a 50% do óleo misturado ao diesel comum. Outra meta é conseguir, num futuro próximo, a homologação destas máquinas junto à Agência Nacional de Petróleo (ANP), o que deverá representar mais um passo rumo à implementação definitiva do biodiesel como fonte de energia limpa no país.

A assinatura do contrato aconteceu durante a Agrishow 2005, em Ribeirão Preto – SP, a maior feira do setor agrícola da América Latina. Na ocasião, Roberto Rodrigues aproveitou a oportunidade para avaliar o potencial brasileiro na produção do combustível. 

“O Brasil é ponta no mundo”, disse o ministro. “Hoje eu não tenho dúvida nenhuma que a agroenergia representa um novo paradigma para o mundo”, completou.

Segundo o Rodrigues, o biodiesel deverá ajudar não só o Brasil, mas diversos países, contribuindo com a economia global como um todo. “Será um combustível melhor, que distribui melhor a renda e que qualquer um pode produzir”, ressaltou.

Para um futuro próximo, o ministro fez questão ainda de ressaltar uma proposta feita a representantes do governo alemão este ano. “Para a Copa de 2006, que será lá, sugeri que todos os ônibus utilizados sejam movidos a biodiesel, ressaltando que o álcool é brasileiro”. 

Miguel Dabdoub, coordenador Ladetel (Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Limpas, da USP) também participou da assinatura do contrato. Dabdoub foi um dos primeiro pesquisadores brasileiros a estudar o biodiesel, ainda em 2001. “Quando começamos, não encontrávamos pessoas que confiassem (no biodiesel), tínhamos que pegar voluntários na marra”, lembrou.     Para ele, o Brasil deverá se tornar referência mundial na área em alguns anos. “A liderança que temos no álcool será extrapolada para o programa do biodiesel”, disse o pesquisador.

As máquinas agrícolas representam hoje um dos grandes mercados consumidores de óleo diesel, por isso o interesse em pesquisas também com este tipo de equipamento. Segundo Dabdoub, na época de safra somente as usinas de álcool, por exemplo, consomem entre 15 e 26 mil litros de diesel por dia nos canaviais.  “Embora seja líder mundial na produção de álcool, as destilarias ainda não utilizam combustível limpo e renovável no processo de produção”, disse. 

A expectativa do governo e dos pesquisadores é que o biodiesel ganhe, nos próximos anos, cada vez mais importância no cenário de combustíveis no Brasil e no mundo, e que a porcentagem presente na mistura do diesel comum no país, hoje definida em 2% (o chamado Diesel B2), aumente gradativamente com o passar do tempo.

Imagens L.Adolfo/Agrishow
17/05/2005
 

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