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Pesquisadores descobrem relação entre colesterol e tumor na próstata

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Pesquisadores norte-americanos anunciaram recentemente uma pesquisa que pode servir no combate ao desenvolvimento de tumores na próstata. O estudo, publicado na revista científica “Journal of Clinical Investigation” , revela que altos níveis de colesterol no organismo podem influenciar o crescimento deste tipo de câncer.

O estudo, no entanto, não relaciona o colesterol alto com o surgimento dos tumores. A pesquisa faz parte de uma série de estudos sobre as relações existentes entre dietas com altos níveis de gordura e tumores na próstata.

“O que estamos observando é progressão, e não o aparecimento do câncer”, disse Michael Freeman, diretor do Centro de Investigações de Doenças Urológicas do Hospital Pediátrico de Boston e coordenador do projeto.

Todos os anos, cerca de 220 mil brasileiros são acometidos pelo câncer de próstata, e mais de 28 mil morrem da doença.     Medicamentos    Para realizar a pesquisa, a equipe de cientistas analisou o desenvolvimento dos tumores através de ratos. Eles inseriram, no organismo dos animais, pequenas parcelas de um tipo de tumor humano muito usado em pesquisas (e não especificamente um tumor de próstata). Em seguida, os ratos foram submetidos a uma dieta rica em colesterol, para avaliação dos resultados.

Seis semanas depois, os pesquisadores puderam observar que o colesterol havia se acumulado nas membranas externas das células dos tumores. Além disso, o acúmulo de colesterol ativou processos químicos que os cientistas acreditam serem fundamentais na sobrevivência do tumor.    Estes processos permitiriam às células tumorais evitar a apoptose (processo químico pelo qual a célula se “suicida”). Ao invés disso, as células continuaram a se reproduzir.    Em um segundo estudo, a equipe do Dr. Freeman avaliou a relação existente entre um medicamento para controle do colesterol, chamado Simvastatin, e o desenvolvimento dos tumores na próstata.

Através de testes in vitro, a equipe verificou que o medicamento foi capaz de diminuir o acúmulo de colesterol nas membranas celulares, o que interrompeu o processo de proliferação celular do tumor.

“Nossos dados sugerem que drogas de combate ao colesterol, que são amplamente usadas, podem ser efetivos no tratamento e na prevenção de câncer de próstata”, disse Freeman.

Antes do estudo, um fenômeno já levava os cientistas a acreditarem nas relações entre colesterol e tumores na próstata: a ocidentalização. Quando homens de regiões orientais, como China e Japão (onde as taxas de câncer na próstata chegam a ser 90% menores) se mudam para o ocidente, suas chances de desenvolver este tipo de tumor aumentam muito. Isto levou médicos e pesquisadores a imaginarem um fator cultural para o processo, como a dieta alimentar do ocidente, rica em colesterol.  
26/03/2005
 

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