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Nanosensor depende de polímero para funcionar

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Pesquisadores do Centro de Tecnologias Eletroquímicas-IK4 (CIDETEC), Espanha, em colaboração com a Universidade de Berkley, EUA, e com o Conselho Superior de Investigações Cientificas, desenvolveram dois tipos de biosensores, um eletroquímico capaz de detectar possíveis mutações no DNA e um óptico. Os resultados das pesquisas foram publicados na edição de março do jornal NanoLetter, uma publicação da Sociedade Americana de Química (American Chemical Society).

Os nanosensores são usados para a transmissão de informações sobre nanopartículas, de origem biológica ou químicas. A utilização dos biossensores inclui diversos campos da medicina, assim como dispositivos para a construção de outros nanoprodutos.

O dispositivo produzido utiliza apenas um nanotransmissor, constituído por um simples nanotubo de carbono, permitindo a detecção de sondas de DNA não modificado. Os sensores eletroquímicos que possuem alta sensibilidade, normalmente, necessitam que as moléculas sejam marcadas para serem detectadas. Esse procedimento aumenta ainda mais a sensibilidade do sensor. Particularmente nesta pesquisa, o uso do nanotubo de carbono tornou possível a detecção da sequência de forma direta. A alta sensibilidade do material dispensa a necessidade de modificação do DNA.

Cada doença genética possui uma seqüência genes específica, podendo o gene causador da patologia ser conhecido ou não. Nesses casos, o sensor pode detectar as seqüências de DNA, pois eles são naturalmente seletivos.

A Cidetec-IK4 projetou e sintetizou um polímero que possibilita a modificação posterior do nanotubo, que atua como um fixador para o DNA, através das moléculas presentes na superfície do material. O estudo comprovou que a ausência do polímero impede o funcionamento do nanosensor. A contribuição do projeto foi a de possibilitar o funcionamento dos nanotubos a partir do uso do polímero para a fabricação do nansensor.

Ao desenvolver essa tecnologia de detecção de mutações no DNA usando nanosensores, abre-se um grande leque de possibilidades para o uso desse procedimento com outros tipos de moléculas e também para o estudo de doenças genéticas.


Nanotubos de carbono

Esses materiais são estruturas cristalinas de forma cilíndrica, composta por átomos de carbono com hibridização sp2 de seus orbitais. Eles caracterizam-se por serem muito resistentes à tensão mecânica e por isso podem ser utilizados, por exemplo, na produção de fibras para usos diversos. Dependendo da orientação da sua rede cristalina podem ser classificados como condutores ou semi-condutores,. Esse material pode ser aplicado em micro circuitos e nano-eletrônicos, além de serem bons condutores de calor.
13/03/2009
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG