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ONU aprova projeto brasileiro de redução degases do efeito estufa

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Até 2012 cerca de 550 milhões deverão ser negociados em créditos de carbono no país

Apenas algumas horas após a ratificação russa ao protocolo de Quioto, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou o primeiro projeto de cooperação internacional – do qual o Brasil faz parte - visando a redução nas emissões de gases do efeito estufa.

O projeto, uma iniciativa privada para a redução da emissão do gás metano em um aterro sanitário de Nova Iguaçu-RJ, será realizado pela companhia brasileira S.A. Paulista em conjunto com o Banco Mundial, a EcoSecurities (empresa de consultoria internacional) e o governo da Holanda, e deve durar até o ano de 2012.

A ação faz parte do MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), presente no protocolo de Quioto, pelo qual nações obrigadas a reduzir suas emissões de CO2 e outros gases poderão financiar projetos desta natureza nos países em desenvolvimento.

Como compensação, O MDL prevê a criação dos “créditos de carbono”, pelos quais os países que financiam a redução dos gases não precisam reduzir as emissões em seu próprio território, em quantidades equivalentes de gases.   
 
 
Desenvolvimento Sustentável

Pela iniciativa, o Banco Mundial compromete-se a pagar pela redução certificada na emissão do gás metano do aterro de Nova Iguaçu, que serão adquiridas pelo governo Holandês. O gás metano é um dos seis gases responsáveis pelo efeito estufa previstos no Protocolo de Quioto.

O projeto, além de reduzir a emissão do gás metano, deverá também ajudar a promover o desenvolvimento sustentável da região, a geração de empregos e a melhoria das condições de vida, benefícios previstos na aplicação do MDL. 

Até o ano de 2012, a ação vai evitar que mais de 100 mil toneladas de gás metano sejam despejadas na atmosfera. Ao invés disso, o gás deverá ser utilizado para gerar 20MW de energia elétrica, dos quais 10% serão destinados ao governo de Nova Iguaçu. Também serão criados empregos para cerca de 80 ex-catadores de lixo que trabalhavam no antigo aterro. 

Além da S.A. Paulista e da prefeitura de Nova Iguaçu, o projeto contou com o apoio de diversas instituições como o Ibama, o Ministério do Meio Ambiente e Ministério Público.


O protocolo de Quioto

Desde a década de 90, época em que as nações “declararam guerra” às elevadas emissões de CO2 e outros gases formadores do efeito estufa, diversas soluções e ações conjuntas entre os países têm sido discutidas. Em 1998, os países participantes desta discussão finalmente chegaram a um consenso, formalizado na forma do “Protocolo de Quioto” (em homenagem à cidade-sede da convenção em 1998). 

Pelo documento, os países mais ricos do planeta foram considerados os maiores responsáveis pelo alto volume de gases do efeito estufa na atmosfera desde a Revolução Industrial. Por isso, deverão reduzir gradativamente as emissões destes gases em 5% até o ano de 2012.

No entanto, para que o protocolo pudesse entrar em vigor, era necessária a aprovação de um número de países equivalente a 55% de todas as emissões do planeta. Com a entrada definitiva da Rússia no grupo, o Protocolo de Quioto deverá vigorar à partir de 16 de fevereiro, depois do prazo administrativo de 90 dias que a ONU exige para ratificar a adesão de um estado ao Protocolo.  
 
 
30/11/2004
 

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