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Dióxido de titânio pode causar impacto ambiental

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O tratamento de efluentes, a partir de diferentes processos, tem como objetivo a redução da emissão de substâncias poluentes na atmosfera, no solo ou em corpos d'água. Essas emissões se originam, principalmente, de processos industriais, do esgoto doméstico, da queima de combustíveis fósseis nos veículos e da atividade agrícola.

Com o desenvolvimento de certas tecnologias, como a nanotecnologia, por exemplo, alguns nanomateriais estão sendo produzidos e inseridos em produtos e processos por muitas indústrias e, em conseqüência disso, estão sendo liberados no meio ambiente. Ao mesmo tempo em que a dimensão dessas substâncias compreende uma vantagem, ela também faz com que esses materiais interajam com o ambiente e com os seres vivos que nele habitam. A emissão desses materiais, pelas indústrias, é necessária a avaliação do impacto e dos riscos que eles podem trazer para a natureza e, para isso, deve-se estimar o potencial de exposição ambiental.

Preocupados com as conseqüências que a presença desses materiais podem causar ao ambiente é que engenheiros civis da Universidade de Duke, EUA, desenvolveram uma forma de estimar a quantidade de dióxido de titânio (TiO2), que vem sendo lançado na natureza, afim de que seja possível, futuramente, avaliar possíveis riscos. De acordo com as informações fornecidas ao ScienceDaily, pela estudante de engenharia civil e meio ambiente, daquela universidade, Christine Robichaud, o maior problema enfrentado pelos cientistas, na tentativa de determinar os riscos que as nanopartículas de TiO2 oferecem ao ambiente, é saber, realmente, o quanto existe do material. Os resultados da pesquisa podem ser encontrados no periódico Journal of Environmental Science and Technology.

Esse nanomaterial (nano-TiO2) é um dos mais utilizados na indústria, fazendo parte da composição química de produtos de uso humano, como, por exemplo, os protetores solares e as pastas de dentes e os industriais, tais como as tintas, os vernizes, alguns tipos de documentos, e em processos fotocatalíticos, tais como o tratamento da água.

O estudo buscou, através da união dos conhecimentos das áreas de ciências de materiais e da engenharia, com os de negócios e modelos econômicos, determinar os limites máximos de dióxido de titânio produzido, de forma mais precisa, em relação aos parâmetros de distribuição granulométrica e de cristalinidade, na escala nanométrica.

A pesquisadora comentou também sobre as dificuldades de obter, das empresas, dados sobre o dióxido de titânio. Diante disso, Christine utilizou uma nova forma de estimativa do grau de inovação nas indústrias de biotecnologia. Essa nova abordagem foi criada pelos pesquisadores da Universidade da Califórnia (Los Angeles, EUA) Lynne Zucker e Michael Darby. O TiO2 ocorre na natureza como em diversos minerais, mas pode ser produzido de foram sintética e sua utilização na indústria é bastante vasta.

Para poder estimar a quantidade total de dióxido de titânio que poderá ser produzido pelas indústrias, a pesquisadora utilizou os dados sobre o volume máximo produzido até os dias de hoje, e o grau de utilização de novas tecnologias que são aplicadas para a conversão do TiO2 em sua escala nano (nano- TiO2).

Com essas informações e baseada em seus cálculos, Robichaud pôde constatar que, no ano de 2002, o dióxido de titânio foi produzido em quantidades muito pequenas, porém até os dias atuais, houve um aumento em torno de 2,5 %. A estimativa feita pelos cientistas, até 2015 aumentará a produção do nanomaterial em cerca de 10%. A conclusão a que chegou a pesquisadora, em relação ao mercado norte-americano de produção de TiO2, é que em torno 2,5 milhões de toneladas métricas, de dióxido de titânio, produzidas naquele país, estarão na forma de nanopartículas, até 2025.
29/05/2009
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG