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Espécie melhorada produz bioenergia

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De acordo com o projeto de pesquisadores da Universidade da Geórgia (UGA), EUA, uma espécie de gramínea pode se tornar uma opção viável para a produção de etanol e bionergia. Os cientistas pretendem realizar o seqüenciamento do genoma da Micanthus giganteus, a fim de obterem dados sobre genes específicos responsáveis por diferentes funções e características das plantas. A M. giganteus é uma gramínea híbrida (Miscanthus sinensis x Miscanthus sacchariflorus) e perene, nativa do Japão.

As análises serão realizadas em aproximadamente 600 segmentos do DNA da espécie, identificados pelo pesquisador do Laboratório de Mapeamento do Genoma Vegetal da UGA, Changsoo Kim, para posteriormente, determinar em qual deles estão os genes de interesse. Diversas características, tais como altura, época de floração, tamanho dos talos, dimensões das folhas entre outras, serão mensuradas para a realização de análises estatísticas, à procura de correlações entre os segmentos de DNA estudados e essas características.

Dentre as diversas características dessa espécie, os cientistas destacam o bom crescimento das hastes, a pouca exigência em fertilizantes, a boa adaptação e crescimento em regiões de clima temperado úmido e a sua alta capacidade de remoção do carbono atmosférico, como pontos que a tornam interessante para a produção de bioenergia e bicombustível.

Por ser um planta C4, a M. giganteus apresenta maior eficiência fotossintética e menor necessidade de uso da água do que outros tipos de plantas. Tem requerimentos nutricionais muito baixos, alta eficiência no uso de nitrogênio e, portanto, é capaz de crescer bem em solos de pouco férteis, sem que seja necessário a fertilização extra.

Apesar de todas essas vantagens, os pesquisadores apontam que a época de floração da Miscanthus pode ser um entrave para a sua produção na região sudeste dos EUA, já que ela ocorre de forma precoce. O problema está no fato de que esse processo requer energia da planta para ocorrer, que acaba crescendo menos, pois mobiliza parte dela para a floração.  Com as informações em mãos obtidas da análise genética, os cientistas terão a possibilidade de localizar os genes para a floração e impedir o seu funcionamento.

Mesmo que os dados dessa pesquisa mostrem um panorama muito favorável para a utilização dessa espécie para produzir energia mais limpa e bioetanol, a produção da biomassa em larga escala só deve ocorrer daqui ha muitos anos, pois será preciso ainda um longo processo de melhoramento genético das plantas.

17/02/2012
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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