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Brasil produzirá bioetanol através de algas

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Iniciado no Instituto de Microbiologia Professor Paulo de Góes (IMPPG), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o ProAlga, projeto que tem como objetivo a produção de etanol a partir de macroalgas marinhas, está agora sendo desenvolvido por pesquisadores de outros departamentos da universidade, como por exemplo o Instituto de Química (IQ) e o Núcleo de Pesquisas em Produtos Naturais (NPPN). As algas utilizadas no projeto pertencem às espécies Gracilária, Kappaphycus e Hypnea.

A produção do bioetanol tem início na coleta, e na posterior secagem das algas, em seguida, a massa remanescente é triturada e hidrolisada (a hidrólise tem por objetivo quebrar a cadeia de carboidratos), sendo depois realizada a fermentação e a destilação. O professor do Instituto de Microbiologia e coordenador do ProAlga, Allen Norton, conseguiu sanar uma das maiores dificuldades do projeto, que era obter uma levedura capaz de fermentar o extrato de alga de forma eficiente. Algumas espécies de algas marinhas são amplamente utilizadas nas indústrias de cosméticos, de alimentos e de medicamentos. Das substâncias extraídas, três delas possuem maior destaque no campo da biotecnologia, que são os alginatos, o agar e a carragenina.


Alta produtividade e benefícios ao meio ambiente

Em uma comparação feita pelo professor Maulori, ele destaca algumas vantagens do plantio dessas algas para a produção de álcool, em relação à cana-de-açúcar. A primeira delas é a sua alta produtividade, de 100 a 300 toneladas de massa seca, por hectare/ano, já a cana, no Estado de São Paulo, produz cerca de 12 toneladas de sacarose. Além da maior produtividade, o cultivo desses organismos apresenta a vantagem de não necessitar de terra e, conseqüentemente, de adubos e irrigação.

Além do aumento da produção de álcool o projeto possui importantes benefícios ao meio ambiente, pois, as algas marinhas produzem uma grande quantidade de oxigênio, cerca de 90% da produção do planeta, sendo também uma ótima fonte de energia renovável, explicou Maulori. Em termos econômicos, esses organismos auxiliam outras culturas, como por exemplo, a sua associação com a produção de camarões (carcinocultura), que eleva a produtividade em até três vezes.

O pesquisador destacou também a necessidade do projeto receber financiamento para passar ao estágio de produção piloto, e a importancia de maiores incentivos para o cultivo de algas, visando o aprimoramento do processo de secagem, considerado artesanal. Dessa forma, será possível explorar o grande potencial econômico que essa cultura pode oferecer ao país. No mês de novembro de 2007, através da Agência UFRJ de Inovação, foi feito o pedido de patente nacional e também do depósito internacional no PCT (Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes, na sigla em inglês). Com isso, será possível proteger a nova tecnologia em outros países, com royalties para a UFRJ.
17/04/2009
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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