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Tecnologia de ponta pode impulsionar a produção de álcool no Brasil

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Durante a realização do Simbio (Simpósio sobre Biotecnologia na Cana-de-açúcar), que ocorreu  juntamente ao Simtec (Simpósio Internacional e Mostra de Tecnologia da Agroindústria Sucroalcooleira), na Esalq de Piracicaba – SP, foi mostra uma nova tecnologia que vai revolucionar a cadeia produtiva de álcool combustível. A  utilização do bagaço e da palha da cana – de – açúcar, pelo processo de Hidrólise Enzimática, é a solução para aumentar a produção de álcool em cerca de 30% se que haja a necessidade de aumentar a área de plantio, favorecendo toda a cadeia produtiva e preservando a o meio ambiente.     O processo de fermentação do bagaço da cana produz grande quantidade de excedente que também pode ser utilizado para a mesma finalidade do bagaço e da palha, que é o de aumentar a produção de álcool, sem que seja necessária mais matéria – prima. As novas técnicas apresentadas, tem um prazo estimado entre três e cinco anos para chegar ao mercado.  Segundo o gestor de pesquisa do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), Jaime Finguerut, cerca de dois terços da energia contida na cana, estão contidos no bagaço e na palha, energia essa que não é utilizada no processo de produção de álcool e que pelo processo de Hidrólise Enzimática, seria possível utiliza-la.     O Brasil com essa tecnologia pode multiplicar por três a produção, no entanto, em se tratando de combustível líquido, o aproveitamento total da cana quase dobraria a produção, comenta Finguerut. “ Essa tecnologia ainda não existe em escala industrial, no entanto, os EUA, em estágio avançado de estudo, conseguiu baixar em vinte vezes o custo da enzima para produzir álcool de milho, e estão perto de chegar a um resultado industrial em um prazo estimado de cinco anos, o que no Brasil a curto prazo levaria de três a cinco anos, e a longo prazo de cinco a dez anos. 

Ao proferir palestra no Simbio, a pesquisadora da UFRJ, Elba Bon, falou sobre o projeto Bioetanol, financiado pelo governo federal, e que tem como foco informar ao usineiros e as indústrias de etanol, que o bagaço da cana pode ser utilizado na geração de energia e que esse excedente pode aumentar a produção em 10% sem que seja necessário plantar mais cana – de – açúcar.    

A tecnologia da Hidrólise Enzimática ocorre à partir da reação de hidrólise (reação da água sobre um composto com fixação de íons) enzimática (proteína com propriedades catalíticas específicas), que permite a transformação do bagaço da cana em açúcares que quando fermentados e destilados, resultam em álcool.

A dez anos os cientistas Flávio Alterthum, do Brasil, e Lonnie O. Ingram e Tyrrell Conway, na Universidade da Flórida, concretizaram em laboratório a experiência que utilizou um microorganismo que agisse sobre outros açúcares e não a sacarose, tais como a xilose, arabinose, galactose e lactose. A pesquisa que tem como título "Produção de Etanol a partir de Hidrolisado de Bagaço da Cana-de-Açúcar Empregando Escherichia coli Recombinante", tem como foco criar uma bactéria com capacidade de transformar outros tipos de açúcar abundante na natureza, neste caso dos resíduos agrícolas, para a obtenção de combustível”, segundo Alterthum. 

Duas bactérias, a Zymomonas mobilis, capaz de produzir álcool com muita eficiência, mas utilizando poucos tipos de açúcares, e a Escherichia coli, que não produz o etanol, mas é capaz de utilizar diversos açúcares, forma escolhidas e utilizadas com o intuito de desenvolver  a nova bactéria. Através da clonagem e sequenciamento dos genes da Z. mobilis, a informação genética da bactéria foi transferida para a E. coli, informações essas inexistentes nessa última e posteriormente foi observado o comportamento da nova bactéria.

  
25/07/2006
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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