Ligante modula ação de receptor |
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O EBV é amplamente distribuído na natureza, estimando-se que cerca de 80% dos adultos no mundo já tenham sido infectados por ele. Este vírus age sobre os linfócitos B (células B), que possuem receptores específicos. Na grande maioria dos casos, a infecção é assintomática, mas em certos indivíduos aparecem manifestacões clínicas agudas e exuberantes que caracterizam a mononucleose infecciosa. O EBV tem sido associado também a algumas neoplasias humanas, como por exemplo o linfoma de Burkitt. Para iniciar o processo de infecção nos linfócitos B, o vírus se utilizada de receptores específicos. No recente estudo, os pesquisadores notaram que a sua entrada nas células B estimulou o surgimento de uma grande quantidade de receptores chamados EB12. Apesar da causa do aumento excessivo dessas estruturas na superfície dos linfócitos ser desconhecida, duas hipóteses foram levantadas: na primeira, eles creditam esse processo a uma resposta das células B à presença do vírus, e a outra aventa a possibilidade do EBV reprogramar o linfócitos para a elevação do número de receptores. A única certeza dos pesquisadores é que o surgimento de mais receptores ajuda na proliferação de linfócitos infectados e consequentemente, a propagação dos vírus. Para evitar a infecção e consequente o aumento do número de receptores, seria necessário inibir a atividade dos EB12, no entanto, até o momento os cientistas não conhecem nenhum ligante (estrutura de sinalização celular), endógeno ou sintético que tenha essa função. Em seus experimentos, os pesquisadores descreveram um agonista – substância química que atua em determinados recepetores – inverso chamado GSK682753A que age inibindo de forma seletiva a atividade constitutiva do EB12. De acordo com o estudo sua ação foi considerada bastante eficaz. Dentre outras descobertas, os cientistas mostraram que a superexpressão do EB12 potencializou o estímulo à proliferação ex vivo de células B de murinos em comparação com as células WT (wild type). Os resultados mostraram que a inibição da atividade constitutiva dos receptores diminuiu a proliferação celular em todos os casos estudados. De forma geral, os dados encontrados nos experimentos mostraram que é possível diminuir a atividade dos receptores das células B usando um agonista, impedindo a ligação do vírus a esses linfócitos, o que diminui as chances de proliferação do vírus. Com base nesse conhecimento, será possível desenvolver drogas que contenham essas moléculas.
27/08/2011
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG |
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