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Brasil: um pólo para bionegócios

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A forte característica do Brasil como país agrícola o torna um grande celeiro para o desenvolvimento de pesquisas de ponta, assim como, um alvo de empresas estrangeiras que buscam explorar o setor de biotecnologia, em ascensão no país.

O ingresso do Brasil no mercado da agrobiotecnologia a partir do desenvolvimento de produtos como a soja, o algodão e o milho transgênicos, levando o mesmo a se tornar o segundo maior produtor do mundo desses produtos, atrás apenas dos EUA, chamou a atenção de diversos países.  

A produção dos biocombustíveis é considerada, atualmente, uma das áreas da agricultura brasileira de maior expressão e por esse motivo, vem atraindo grandes investimentos externos. Um exemplo mais recente desse processo é a chegada ao Brasil da empresa de biotecnologia norte-americana LS9, sediada na Califórnia, EUA, que se mostrou interessada em nas oportunidades de negócios com a sua tecnologia de produção de diesel a partir da cana-de-açúcar.

Uma das principais vantagens observadas pela empresa para a produção de biodiesel  no Brasil é a oferta abundante de matéria-prima, e somado a esse fator, a oportunidade de se estabelecer parcerias, vindo de encontro com a estratégias da LS9 para viabilizar a fabricação desse produto no país. O plano da empresa é inaugurar em agosto uma planta de demonstração na cidade de Okeechobee, na Flórida. A partir daí a idéia é expandir a produção para escala industrial, ela ainda estuda a possibilidade de construir uma planta no Brasil.

O produto desenvolvido pela empresa pode ser utilizado sem a necessidade de adaptações nos motores e não requer infraestrutura própria (drop-in) e passará por uma análise de desempenho, emissões, consumo e durabilidade dos motores nos caminhões da Volkswagen no Brasil. Esses testes ocorrerão graças a uma parceria estabalecida com o fabricante de caminhões e ônibus MAN Latin America. O biodiesel da LS9 é produzido pela fermentação de açúcares a partir da ação de uma cepa da bactéria Escherichia coli geneticamente modificada para gerar, principalmente, alcoóis graxos, ácidos graxos e ésteres.

A LS9 apresenta um diferencial na produção desse biocombustível, que é a flexibilidade, seja no uso da matéria-prima, permitindo que outros tipos sejam usados como fonte de açúcares, que não o caldo de cana, seja da sua tecnologia, possiblitando a produção de mais de um tipo de produto.

O projeto que vem sendo desenvolvido pela LS9 tem como objetivo avaliar a possiblidade de instalar um laboratório no Brasil para testar a matéria-prima local e fazer a demonstração da tecnologia, que pode ocorrer ainda durante o ano de 2011. A análise do local está concentrada nas cidades de Campinas, Piracicaba, Paulínia e na capital paulista. De acordo com a entrevista dada pela diretora geral da LS9 Brasil Biotecnologia, Lucila de Avila, ao canal de notícias Inovação Unicamp,  não existe nenhuma exclusividade  de trabalho com o Brasil, no entanto, é o país que oferece as maiores possibilidades para o uso da tecnologia da empresa.

05/08/2011
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG