Nova arma contra invasão parasitária |
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Esse estudo foi publicado na edição do dia 22 de julho da revista Science e tem grande relevância para a saúde pública mundial, com destaque para a malária que tem alta prevalência nos países de clima tropical e subtropical e elevada mortalidade. Uma característica comum a essas duas espécies é a capacidade de invadir e parasitar as células sanguíneas, principalmente as hemácias, causando o rompimento de grande quantidade desses elementos. O mecanismo utilizado pelos parasitas que permite a invasão das células foi o objeto de estudo do grupo de cientistas e poderá levar ao desenvolvimento de tratamentos mais eficazes contra a malária, toxoplasmose, entre outras. Eles descobriram que o mecanismo usado por esses microrganismos para entrar na célula envolve um complexo de proteínas presente na interface entre as membranas da célula hospedeira e do parasita, formando uma estrutura conhecida como junção de movimento (sigla em inglês, MJ). Nesse mecanismo, o parasita fornece o receptor RON2 (rhoptry neck proteins), que se insere na membrana da célula hospedeira, e o ligante AMA1 (apical membrane antigen 1), presente em sua superfície. Este mecanismo é específico dos parasitas devido a ausência dessas proteínas no hospedeiro. Para compreender melhor como se dá o processo, pesquisadores da Universidade de Victoria, no Canadá, cristalizaram o complexo de peptídeo AMA1-RON2 em T.gondii para mapear os aminoácidos necessários à interação entre AMA1 e RON2 e assim formar o MJ in vivo. Os cientistas já sabem que o que possibilita a entrada dos parasitas nas células é a inserção do peptídeo RON2 em um espaço hidrofóbico em AMA1. Estudando características como a estrutura, função e modelagem, em um complexo parecido no Plasmodium falciparum, eles conseguiram identificar uma região em RON2 fortemente relacionada com a interação específica das diversas espécies de parasitas. Dessa forma, será possível entender a estratégia utilizada pelos anticorpos no combate à invasão por esses microrganismos. Todas essas informações reunidas servirão de base para o desenvolvimento de novas drogas que sejam capazes de inibir a formação do complexo AMA1-RON2.
29/07/2011
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG |
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