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Fibroblastos viram neurônios

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Uma recente e inesperada descoberta poderá ajudar no tratamento de algumas doenças neurológicas. Pesquisadores da Universidade de Lund, Suécia, criaram pela primeira vez células nervosas a partir de células de pele humana.  As informações podem ser encontradas no artigo publicado na edição de março da revista norte-americana Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

A técnica utilizada, conhecida como reprogramação celular, evita muitos entraves relacionados a questões éticas ligadas às pesquisas com as células estaminais. Essas células são capazes de se dividirem para produzir cópias de si mesmas e de muitos outros tipos de células, sendo encontradas em várias partes do corpo humano na fase do desenvolvimento do embrião e no indivíduo adulto também.

Utilizando esse processo, os cientistas realizaram a reprogramação de células do tecido conjuntivo, mais precisamente os chamados fibroblastos – células  constituintes do tecido conjuntivo que tem a função de formar a substância fundamental amorfa. A questão chave dessa pesquisa baseia-se no fato de os pesquisadores terem utilizado células adultas, ao invés das células-tronco, para realizar a reprogramação, o que acaba sendo uma grande vantagem, quando se trata das questões éticas.

Diversos estudos já demonstraram que as células somáticas – qualquer uma que não seja relacionada à reprodução – de camundongos têm a capacidade de serem convertidas diretamente em outros tipos de células maduras, usando a expressão combinada de fatores definidos.

A equipe de cientistas de Lund conseguiu mostrar que por superexpressão dos fatores de transcrição Ascl1, Brn2 e Myt1l, fibroblastos humanos nas fases embrionária e pós natal podem ser eficientemente convertidos em neurônios funcionais e que há a possibilidade de direcionar as células nervosas para diferentes estruturas neurotransmissoras funcionais, no momento em que os sinais adequados de transcrição são fornecidos juntamente com os três fatores de conversão.

Os pesquisadores observaram que ao se combinar a expressão dos três fatores de conversão com a expressão dos genes, Lmx1a Foxa2, envolvidos na geração dos neurônios da dopamina, foi possível direcionar o fenótipo das células convertidas para os neurônios dopaminérgicos.  De acordo com os resultados obtidos a possibilidade de transformar células epiteliais em nervosas abre as portas para o desenvolvimento de novos tratamentos, sendo de grande valia como modelo para o entendimento de diversas doenças e para a terapia de susbtituição de células.

17/06/2011
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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