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Invertebrado ajuda bebês humanos

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Um estudo minucioso sobre o desenvolvimento embrionário do invertebrado aquático Ciona embryo, mais particularmente na formação do coração desse organismo, pode se tornar um importante caminho para a melhor compreensão das cardiopatias congênitas em recém-nascidos.

De acordo com as informações dadas pelo cardiologista da Faculdade de Medicina do Arizona (UA), EUA, Dr. Scott Klewer, ao portal Science Daily, a cada ano morrem cerca de 40 mil bebês, nos EUA, com defeitos cardíacos congênitos. As verdadeiras causas ainda não são bem conhecidas e a associação de alguns genes a esses problemas é incerta. Ele acrescenta também que, na possibilidade de obter indicadores genéticos, seria possível a personalização dos tratamentos.

Outros apontamentos de grande relevância foram feitos ao mesmo portal, pelo responsável da seção pediátrica da Faculdade de Medicina, o Dr. Ricardo Salomão, sobre a dificuldade de diagnosticar alguns defeitos cardíacos pela ausência de sinais típicos, tais como o sopro no coração ou a coloração azulado da pele.

Apesar da grande diferença evolutiva da C. embryo, em relação aos vertebrados, e mais especificamente ao ser humano, a equipe de cientistas por meio de estudos de biologia molecular e celular, estão atentos para algumas características desse organismo, que podem ser úteis para o desenvolvimento de diagnósticos e tratamentos mais eficazes para essa classe de cardiopatias. Diferentemente do que acontece com os vertebrados, cada um dos genes da Ciona possui somente uma cópia dos genes principais envolvidos no desenvolvimento do coração.

O grande número de cópias de genes presentes no genoma dos seres humanos é um fator que dificulta os estudos sobre as bases genéticas de defeitos cardíacos, representando um entrave para as pesquisas em ratos.

A semelhança entre as fases iniciais da formação do coração da Ciona, com a de ratos e a de seres humanos, sugere a possibilidade de compreender como se dão os processos básicos que fazem com que as células se diferenciem em cardiomiócitos, comentou o   professor adjunto do departamento de biologia molecular e celular da UA e membro do Sarver Heart Center, Brad Davidson. 

O gene GATA, considerado um dos genes vitais para o desenvolvimento do coração, expressa um fator de transcrição, o qual controla outros genes específicos deste órgão. A ocorrência de uma mutação no gene GATA em bebês humanos causa defeitos cardíacos congênitos. Os pesquisadores notaram que se a função do gene é interrompida, tanto o coração quanto o intestino são deformados. No entanto, Davidson esclarece que ainda não está claro onde está o problema, isto é, se é o coração que não se forma corretamente, ou se é o intestino.

A análise dessa espécie está sendo considerada pelos especialistas como uma grande esperança, não só para a melhoria dos testes de diagnóstico a partir do conhecimento dos mecanismos genéticos, mas também para o aprimoramento das terapias relacionadas à insuficiência cardíaca.

14/04/2011
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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