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No entanto, e de acordo com a revista inglesa The Economist, esse panorama parece estar mudando. Na edição do dia 8 de janeiro, foi publicada uma reportagem que descreve o momento positivo da ciência no Brasil, mostrando que o país está se tornando um grande atrativo, não só para os pesquisadores de fora, mas também para os brasileiros. Um dos destaques do texto foi a importância do Estado de São Paulo neste contexto, que além de ser o mais rico, possui as duas melhores universidades do país – USP e Unicamp –, sendo as únicas que fazem parte do top 300 dos dois rankings mais conhecidos do mundo.
O perfil das empresas brasileiras de biociências Entre os anos de 2007 e 2009 a Fundação Biominas construiu e ampliou uma base de dados das empresas nacionais de biociências. Ela agrupa, atualmente, informações de 253 empresas privadas distribuídas por 18 estados brasileiros, com as quais foi possível analisar a distribuição geográfica, identificação dos principais pólos e áreas de atuação. De lá para cá (2007-2009), o número de empresas identificadas aumentou 40%, o que não significa, de acordo com a análise dos autores do estudo, que esse fenômeno tenha ocorrido somente devido à geração de novas empresas. O estudo realizado em 2007 pela instituição, sobre as empresas de biotecnologia no Brasil (Estudo das Empresas de Biotecnologia do Brasil, 2007), mostrou o perfil desse setor no país e o seu grande potencial de crescimento. Nele, foram identificadas 181 empresas de biociências (ou ciências da vida), 71 das quais formam o conjunto de empresas de biotecnologia, sendo que essas últimas foram divididas em sete setores: Agricultura, Bioenergia, Insumos, Meio ambiente, Saúde Animal, Saúde Humana e Misto, com predominância para as empresas de Agricultura e Insumos, seguidas por saúde Animal e Humana. Dentre as diversas informações (qualitativas e quantitativas) obtidas nesse relatório, algumas revelam aspectos semelhantes aos mostrados pela reportagem da revista The Economist, como atrativo para pesquisadores e vantagens para o investimento em P&D no país. Uma delas mostra que 75% do total das empresas são micro e pequenas (faturamento anual de no máximo R$ 1 milhão), revelando um grande potencial para que o próprio pesquisador monte, por exemplo, o seu laboratório. Outra semelhança está no fato de o Estado de São Paulo concentrar a maior parte das empresas (42,3%), confirmando o destaque dessa região do país. Os trabalhos realizados até o momento, com o objetivo de desenhar o perfil das empresas de biociências no Brasil, e a recente publicação da revista especializada em negócios, mostram que o país está seguindo no caminho certo para o seu crescimento científico-tecnológico. Fica claro também o importante papel dos centros de excelência, tanto na formação de pesquisadores de ponta, como no desenvolvimento de novas pesquisas. No entanto, para que toda essa cadeia possa trazer benefícios para o país, é necessário que se criem atrativos para a permanência dos profissionais brasileiros.
14/01/2011
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG |
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