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Mamíferos e suas interações genéticas

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Criado em 1990 e com prazo de conclusão de 15 anos, o Projeto Genoma Humano (PGH), envolveu mais de 5000 cientistas e 250 laboratórios diferentes, que contavam com um orçamento, segundo diferentes fontes, que variou de 3 a 53 bilhões de dólares. O PGH consistiu num esforço internacional para o mapeamento do genoma humano e a identificação de todos os nucleotídeos que o compõem.
 
Os primeiros resultados do projeto foram anunciados no dia 10 de julho de 1999. Passados três anos, no dia 14 de abril de 2003, foi comunicado que o projeto estava concluído, tendo sido sequenciado 99% do genoma humano com uma precisão de 99,99%.

A conclusão do PHG trouxe resultados importantes para a ciência como um todo, mas principalmente para a medicina com a criação de testes para predisposição à doenças como Parkinson e Câncer de pulmão, a criação de testes de diagnóstico conclusivos para as craniossinostoses e para a fibrose cística. Foi possível também a investigação sobre questões evolutivas através do conhecimento de regiões que são altamente conservadas em diversas espécies.

Agora, pesquisadores da Universidade da Califórnia, EUA, utilizando mapas genômicos de mamíferos, incluindo de seres humanos, querem saber como os genes interagem entre si. Os dados obtidos foram publicados na revista Genome Research.

Cada célula dos mamíferos possui um conjunto completo de genes, no entanto, dependendo da atividade da célula, nem todos os genes estão ativos. As interações entre os genes não ocorrem apenas de gene para gene, mas também formando uma rede envolvendo dezenas deles.

Para entender como essas interações acontecem, os cientistas utilizaram dados obtidos da radiação híbrida (RH) de genotipagem e testaram 99% de todos os pares de genes do genoma de mamíferos (seres humanos, cães, gatos e ratos) para interações baseadas nas mais altas (atração) ou baixas (repulsão) frequências de co-retenção. A RH foi desenvolvida como uma abordagem geral para a construção de mapas de cromossomos de mamíferos.

Os pesquisadores construíram uma rede de interações entre genes a partir de seis conjuntos de dados independentes que se sobrepuseram fortemente. O resultado da combinação desses conjuntos formou uma rede de sete milhões de interações, quase todas atrativas. Essas redes se sobrepuseram com redes de interações entre proteínas e confirmou que há uma relação entre essencialidade e centralidade.

A construção desses mapas pode ajudar a entender melhor as interações genéticas e consequentemente a compreensão do sistema biológico das células de mamíferos. Os cientistas acreditam que essas informações possam ajudar a desvendar o papel que cada gene desempenha no desencadeamento de um processo ou uma função no organismo. A compreensão de que alguns genes possuem maiores interações do que outros, abre um leque de possibilidades para a produção de drogas específicas no combate a doenças como, por exemplo, o câncer. Outra possibilidade vislumbrada pelos pesquisadores é a de criar um tipo de droga que atinja um gene secundário e que devido às interações gênicas permitirá atingir o gene principal.   

13/08/2010
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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