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Modelo descreve invólucro viral

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Os pesquisadores do Departamento de Física Fundamental da Universidade de Barcelona, Espanha, David Reguera e Antoni Luque, realizaram um estudo no qual eles descobriram como é formada a estrutura do capsídeo em vírus esféricos e baciliformes. Essa pesquisa deu origem a dois artigos que foram publicados nos dias 16 e 19 de junho nas revistas Biophysical Journal e Proceedings of the National Academy of Sciences, respectivamente.   

O capsídeo é um reservatório protéico que protege o material genético do vírus, sendo composto de unidades individuais morfológicas chamadas capsômeros. No caso dos vírus icosaédricos, há dois tipos de unidades, os pentâmeros, que ocupam 12 posições nos cantos da concha icosaédrica, e os hexâmeros, que ocupam a face e as extremidades. O número de hexâmeros varia entre tipos diferentes de vírus.

Nesses artigos, os pesquisadores descrevem a construção de um modelo geométrico geral, com o objetivo de caracterizar a estrutura de um capsídeo baciliforme. Os cientistas conseguiram mostrar que há a construção de apenas um conjunto tubular fechado por capas icosaédricas hemisféricas. Eles descobriram também que o tamanho e o número de proteínas seguem um conjunto muito especial de diferentes números de dobras ordenadas, que varia entre cinco, três ou duas, a partir de uma simetria axial, e também pelo número de triangulações das capas. O dobramento de proteínas (enovelamento) é um processo químico através do qual, a estrutura de uma proteína assume a sua configuração funcional.

Uma descoberta surpreendente feita pelos pesquisadores foi a de que a geometria desses vírus de conformação alongada – baciliforme – surge devido à minimização da energia livre de uma interação genérica entre as unidades estruturais que formam o capsídeo.

O modelo criado pelos pesquisadores reproduz a arquitetura dos vírus esféricos e baciliformes, tanto in vivo quanto in vitro, constituindo ferramenta importante para uma melhor compreensão de como ocorre a montagem do capsídeo viral. Esse estudo possibilitou também, fazer uma classificação geral dos vírus de conformação alongada, pois será possível prever as suas estruturas e projetar o seu envoltório com propriedades geométricas adaptadas a aplicações biomédicas e nanotecnológicas.
24/06/2010
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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