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RNAi cura primatas com Ebola

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Em experimentos realizados com macacos da espécie Rhesus (Macaca mulatta), pesquisadores norte-americanos conseguiram bloquear a ação do vírus Ebola do Zaire (Zaire Ebola vírus, ZEBOV), utilizando a tecnologia do RNA de interferência (RNAi). Um artigo publicado na edição do dia 29 de maio da revista The Lancet, mostra os resultados obtidos pelos cientistas.

Utilizando pequemos RNAis modificados e formulados em partículas estáveis em um ácido nucléico lipídico (Stable nucleic acid lipid particles, SNALPs), os pesquisadores, que tinham como alvo a ZEBOV L polimerase (EK-1 mod), a proteína viral (viral protein,VP) 24 (VP24-1160 mod) e a VP35 (VP35-855 mod), conseguiram imunizar as cobaias previamente infectadas pelo vírus.

No entanto, essas cobaias não são um modelo animal ideal para predizer a eficácia de tratamentos a serem utilizados em macacos. Diante desse fato, os pesquisadores tiveram que utilizar primatas com febre hemorrágica causada pelo ZEBOV, como modelo animal para testar a eficácia de RNAis modificados de forma não imunoestimulatória

As SNALPs são partículas microscópicas que vêm sendo usados para entregar pequenos RNAis como terapia para mamíferos, in vivo. Os RNAis são envolvidos, no interior do SNALPs, por uma bicamada lipídica contendo uma mistura de lipídios catiônicos e fusogênicos, revestidos com polietileno glicol com capacidade de difusão.

Os resultados encontrados após a infecção dos animais do primeiro grupo mostraram que, dois dos três macacos que receberam os RNAis contra o ZEBOV, após os quatro tratamentos do experimento, ficaram imunizados contra o vírus letal. Já os macacos do segundo grupo (sete tratamentos), ficaram todos protegidos.

A proteção observada nesses animais mostrou a eficácia do uso de macacos como modelo de tratamento da febre hemorrágica induzida pelo ZEBOV. Os pesquisadores concluíram também que, o RNAi tem grande potencial para o tratamento de pessoas infectadas pelo Ebola e, provavelmente, para outras doenças virais também. Apesar da eficácia do tratamento em macacos, nenhum medicamento foi aprovado para humanos ainda.
11/06/2010
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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