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Colaboração mútua em biotecnologia

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Um artigo publicado na edição do dia 10 de maio, no periódico Nature Biotechnology, fornece informações sobre um estudo que trata das relações comerciais entre países em desenvolvimento, no setor da saúde. Esse projeto de colaboração mútua envolve além do Brasil, mais cinco países, China, Cuba, Egito, Índia e África do Sul.

O estudo, que foi liderado pela integrante do Centro McLaughlin-Rotman para a Saúde Global, da Universidade de Toronto, Canadá, Halla Thorsteinsdóttir, baseia-se no South-South Cooperation, um termo utilizado por políticos e acadêmicos para descrever a troca de recursos, tecnologia e conhecimentos entre os países em desenvolvimento, também conhecidos como países do hemisfério sul do globo.

Dados obtidos pelos cientistas mostram que mais de um quarto das empresas de biotecnologia dos países em desenvolvimento, que foram pesquisadas, estavam envolvidas em parcerias do tipo “Sul-Sul”. Ficou constatado também que essas colaborações começaram por iniciativa das próprias empresas e não de fora. Entretanto, esse fator constituiu um desafio para a identificação de parceiros estrangeiros.

O projeto tem como objetivo principal estabelecer relações comerciais entre empresas de biotecnologia, desses países, que produzem vacinas e medicamentos, como uma forma de ajudar no controle, ou mesmo na erradicação de algumas doenças. A vantagem dessa parceria é o preço dos produtos, que é substancialmente menor do que os que são comercializados pelos países desenvolvidos.

Um exemplo de modelo de parceria foi a colaboração entre a Bio-Manguinhos, Rio de Janeiro, Brasil, e o Instituto Finlay (Cuba) para o controle de um surto de meningite que ocorreu na África em 2007, em uma área chamada “cinto da meningite” que se estende por países subsaarianos, cobrindo do Senegal à Etiópia. A parceria garantiu a vantagem de redução dos custos das vacinas produzidas pelas empresas de ambos os países. Enquanto o preço dos produtos ocidentais era de US$ 80 a unidade, e ainda por cima não cobriam a meningite tipo africana, as vacinas brasileiras e cubanas tinham um valor infinitamente menor (US$ 1).

Outros modelos de colaboração entre países já estão estabelecidos, tais como a parceria entre a Índia e a África do Sul no combate ao o vírus HIV e a malária, a relação comercial e bilateral entre a China e o Egito para o fornecimento de insulina. Foi estabelecida também, uma rede de parceiros, Brasil, China, Cuba, Nigéria, Rússia, Tailândia e Ucrânia, que colaboram entre si para estimular pesquisas e o desenvolvimento de kits de diagnósticos, de medicamentos e de vacinas contra o vírus da AIDS.   

O estudo mostrou que as colaborações Sul-Sul, entre empresas de biotecnologia voltadas para o setor de saúde, são bastante expressivas e que há um esforço conjunto e proatividade das empresas dos países em desenvolvimento em ratificar essas parcerias  . Essa união de esforços tem resultado na concretização de diversos acordos de colaboração científica e tecnológica mútuas, provendo aos países colaboradores grandes benefícios. No entanto, as parcerias não têm ocorrido apenas entre países em desenvolvimento, mas também com empresas de nações desenvolvidas no intuito de impulsionar a inovação, através do desenvolvimento de novos produtos ou processos.
21/05/2010
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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