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Palestrantes discutem assuntos atuais sobre saúde e meio ambiente

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No decorrer do Global Feed & Food 2007 outros assuntos de grande relevância em diversos setores da alimentação animal e humana, assim como a segurança alimentar, nortearam a maior parte das palestras.  No evento deste ano foram discutidos aspectos importantes da segurança alimentar humana em relação a duas doenças que vêm se destacando pela sua influência na saúde animal e humana e na economia global. Além desses, outros temas como animais clonados e regulamentação ambiental tiveram destaque nas palestras.

Uma das doenças que vem influenciando, de forma negativa, o setor avícola, assim como vem chamando a atenção da saúde pública mundial, é a gripe aviária. Neste contexto, a diretora do Centro de Gerenciamento de Crise da FAO na Itália, Katalin de Blogh, apresentou vários dados sobre a doença e as conseqüências da sua disseminação. Em sua palestra, Blogh destacou diversos pontos relacionados à doença como a alta patogenicidade dos subtipos virais H5 e H7, com destaque para o H5N1, causador da maioria dos casos da doença no mundo. Os primeiros casos ocorreram na Ásia e a transmissão do vírus pelas outras regiões do mundo, principalmente, pela migração de aves selvagens. 

Alguns números mostrados pela representante da FAO mostram de forma bem clara e atual, como se encontra o quadro de disseminação da doença no globo. Entre os anos de 2004 e 2005, 58 países apresentaram casos da doença com mais de 240 milhões de aves mortas ou sacrificadas gerando enormes impactos econômicos. O primeiro caso da doença, em humanos, ocorreu ainda em 2003, um total de 12 países foram afetados, 291 casos em seres humanos e 172 mortes. Cerca de 70% dos casos ocorrerem no Vietnã, Indonésia e Egito. 

Diante do quadro atual da doença foram apresentadas nesta palestra algumas medidas preventivas muito importantes para frear o avanço da doença, tais como planos emergenciais de reposta rápida, treinamento de pessoal, equipamentos de análises rápidas, ações de biossegurança, alertas de emergência, quarentena, entre outros.  

Animais Clonados 

O uso de animais clonados em sistemas de alimentação também foi tema de palestra neste evento. O diretor do Center for Veterinary Medicine International Feed Industry Federation, Stephen F. Sundlof, fala sobre o assunto a partir de uma visão muito ampla sobre a avaliação e planejamento de riscos na utilização desses animais, focando a saúde animal e a segurança alimentar. Os principais pontos avaliados são os relacionados à composição dos produtos originados desses animais, tais como produção de leite e a avaliação de carcaça, além do perfil de ácidos graxos, minerais, aminoácidos e vitaminas.

A partir das avaliações realizadas no leite e na carne destes animais, não foram encontradas diferenças significativas de composição que pudessem mostrar algum perigo para saúde humana, de forma que é possível afirmar que os produtos originados de animais clonados são tão seguros quanto os de não clonados.   

Produção Animal e Meio Ambiente

A relação entre produção animal e meio ambiente tem um papel cada vez mais importante tanto no cenário nacional como no internacional. Com o intuito de debater sobre a legislação ambiental brasileira, esteve palestrando no evento o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Dr. Julio Cesar Pascale Palhares, que atua na área de gestão e educação ambiental e avaliação de impactos da suinocultura e avicultura nos recursos hídricos, nesta instituição. 

O pesquisador destacou dois pontos principais como sendo as melhores formas para se resolverem os problemas relacionados à poluição ambiental na produção animal, que são a educação e a o bom uso da legislação. Ele alertou ainda para uma conduta que todos os setores da cadeia produtiva devem ter, que é a de tomar como exemplo as experiências que os países desenvolvidos já passaram, obtendo bons resultados. Outra reflexão proposta pelo pesquisador é a de como equilibrar as políticas e leis que estimulam a agropecuária e a legislação ambiental.

O pesquisador mostra que se por um lado, as políticas e leis de incentivo têm como foco, a intensificação e concentração produtiva para aumentar os índices de produtividade e  ganhos econômicos, por outro, as leis ambientais têm o importante papel de conter diretrizes que considerem o uso da terra e as técnicas de produção. O ponto de equilíbrio, segundo o pesquisador, é a integração dessas políticas e leis com a legislação ambiental.      

De acordo com o Dr. Júlio César, a legislação ambiental tem como foco a produção animal, para ser eficiente deve ter como base o comprometimento dos setores envolvidos, e apresentar características de igualdade, acessibilidade, de fácil administração pelas instituições fiscalizadoras e que promovam a redução do risco ambiental.

    
02/05/2007
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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