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Cientistas procuram resgatar a história do grande pássaro Dodô

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Como o Dodô morreu é uma pergunta pertinente feita por inúmeros cientistas ao longo das últimas décadas. Pensando neste assunto, pesquisadores lançaram um recente projeto divulgado pela a Agência Reuters para descobrir de que forma e quando a grande ave se extinguiu.

Até agora se acreditava que a responsabilidade do sumiço da espécie se dava a caça impetuosa dos colonizadores que encontraram os pássaros em ilhas do Oceano Índico no século XVI. Na tentativa de responder cientificamente as questões dos pesquisadores, o Programa de Pesquisa do Dodô planeja estudar um achado fóssil descoberto no Sul da Ilha Maurício em outubro do ano passado usando a técnica do carbono 14 e análises de DNA.     A técnica do carbono-14 foi descoberta nos anos quarenta e é ainda hoje muito utilizada na paleontologia. Esta técnica é aplicável à madeira, carbono, sedimentos orgânicos, ossos, conchas marinhas - ou seja, todo material que conteve carbono em alguma de suas formas. Como o exame se baseia na determinação de idade através da quantidade de carbono-14 e que esta diminui com o passar do tempo, ele só pode ser usado para datar amostras que tenham entre 50 mil e 70 mil anos de idade. 

Estudos específicos com técnicas de DNA foram realizados por Beth Shapiro e colaboradores que examinaram seqüências amplificadas de DNA do genoma mitocondrial de 37 espécies voadoras e não voadoras, incluindo o Dodô. Eles usaram dados para construir uma arvore filogenética e concluíram que a Dodô está muito próxima da família Columbidae.

O alvo da pesquisa do programa foi compreender o mundo da Dodô nos últimos 10 mil anos antes dos seres humanos terem descoberto a Ilha Maurício. Como e de que forma os impactos dos colonizadores sob o habitat do animal são respostas que os pesquisadores anseiam responder.

“Como se assemelhava o ecossistema da Dodô? Como os colonos viviam e de que forma se deu a interação com o ambiente nessa época? De que maneira o ecossistema a Dodô foi sendo alterado?”. Estas são perguntas que o pesquisador Rijsdijk lança ao mundo a partir de um projeto orçado em dois milhões de Euros. “O ciclo de existência da espécie pode já ter estado em declínio por muito tempo antes dos seres humanos”, ressalta o pesquisador.  

A Dodô

A ave com cerca de 23 quilos, originalmente chamada de Didus ineptus e renomeada Raphus cucullatus, possuía uma altura de 50 centímetros e hábitos herbívoros. Viveu na época do Holoceno e habitou as Ilhas Maurício, Reunião e Rodrigues do Oceano Índico.     A Ilha Maurício primeiramente foi estabelecida por portugueses e colonizada por holandeses no século 17, quando morreu o último exemplar. Na inexistência de predadores, a Dodô não tinha medo dos humanos. Estes acabaram por caçá-la até a sua extinção destruindo paralelamente seu habitat. Ratos trazidos pelos barcos dos colonizadores comiam seus ovos situados nos ninhos em terra contribuído ainda mais para o extermínio da espécie. Outra curiosidade sobre a Dodô é que o pássaro é retratado na literatura como uma ave desajeitada e de hábitos peculiares.

  
11/06/2006
 

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