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Uma nova técnica fotográfica

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Fotografias feitas com bactérias. Esta é uma das inovações que a biotecnologia desenvolveu nestes últimos tempos. Fotos foram criadas projetando a luz sobre um “filme biológico”, onde bilhões de bactérias geneticamente modificadas produziam uma imagem em claro e escuro.

É obvio que a nova maneira de fazer fotografia não veio para substituir o método tradicional, pois para a criação de imagens feitas por bactérias leva-se no mínimo duas horas para produzir apenas uma imagem, e, além disso, as bactérias são muito menos controláveis que um equipamento digital, porém a tecnologia mostra a vinda de um novo campo: a biologia sintética. Com ela se poderia criar novos agentes patogênicos ou fabricar bactérias e vírus já conhecidos.

Por outro lado, a tecnologia da biologia sintética é considerada dispensável quando se tem por parâmetro a engenharia eletrônica, pelo menos quanto ao exemplo do filme fotográfico por bactéria. Para fazer o filme bacterial, a bactéria Escherichia coli common, é dotada de genes que causam a pigmentação preta o que é feito somente quando a bactéria está no escuro. 

Uma câmera, desenvolvida na Universidade do Texas, foi feita com uma caixa com temperatura controlada onde a bactéria era colocada. A caixa tinha um buraco em cima que capturava a luz. Com isso, imagens de 35 milímetros eram projetadas através do buraco em branco e preto diretamente para um filme de micróbios. Partes escuras do filme evitavam que a luz atingisse a bactéria e tornavam este pedaço do filme preto, já as partes expostas a luz ficavam com uma cor amarelada. O que resultava em um retrato claro e escuro. Os pesquisadores envolvidos no projeto vislumbram a possibilidade de usar a luz para conduzir a bactéria a fazer substancias em pequena escala.  

Engenharia Genética

Adeptos da biologia sintética dizem que a engenharia genética está longe de conseguir a transferência de um gene de um organismo para outro. Para os especialistas, cada projeto da engenharia genética requer muita experimentação, diferentemente da engenharia comum que usa construções padrão para obter resultados previsíveis.

Em entrevista ao site Mezomorf News of The World, o professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, Drew Endy, disse que criou um catálogo de componentes biológicos chamado de BioBricks, o qual tem seqüências de DNA que podem transformar funções como a modificação de um gene.

A bactéria E. coli foi escolhida, pois é mais fácil de se trabalhar pela engenharia genética, mas ela vive no intestino humano, por isso não é sensível a luz. Para mudar isso, o cientista que liderou as pesquisas no campo da fotografia da química farmacêutica, Christopher A. Voigt juntamente com o colega Levskaya, colocaram na E. coli um gene usado por algas de fotossíntese para que respondesse à luz. 

Assim, a bactéria recebeu genes para produzir enzimas que reagiriam aos produtos químicos colocados em seu meio de crescimento e quando a reação ocorreu, foi produzido um precipitado preto. Foi criada uma reação em cadeia dentro da bactéria, e, uma vez que a bactéria estava no escuro, a enzima era produzida tornando o meio de cultura preto. Quando exposta a luz, a produção era bloqueada e o meio permanecia da cor original.

A fotografia por bactérias possui uma grande precisão. A qualidade seria equivalente a 100 Megapixels, ou seja, dez vezes mais que uma impressão de alta resolução. A diferença é que se pode imprimir a expressão gênica. Outra constatação é que o sensor de luz pode ser modificado e produzir um composto colorido.  

Biologia Sintética em outros campos

Uma equipe especializada em biologia sintética está à procura da fabricação de uma bactéria que produziria um remédio para a malária, o qual atualmente é extraído de uma árvore. Outra utilização para a biologia sintética é que, a partir de bactérias poderia ser possível produzir energia utilizando hidrogênio, de acordo com Craig Venter, cientista conhecido por pesquisar a seqüência do DNA humano.

  
03/12/2005
 

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