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Sequenciamento de DNA ajuda nos casos de crianças desaparecidas

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O Projeto Caminho de Volta, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, por meio do seu Centro de Ciências Forenses (CENCIFOR) é um sistema que busca auxiliar no esclarecimento dos casos de crianças desaparecidas no Estado de São Paulo. O trabalho utiliza subsídios da Psicologia, da Biologia Molecular, da Genética, da Bioinformática e da Telemedicina. Suas atividades se baseiam em quatro eixos principais: a identificação das causas do desaparecimento das crianças e adolescentes; a criação de um banco de DNA dos pais e/ou irmãos dos desaparecidos, que permitirá a avaliação do vínculo genético daqueles que forem localizados; o suporte psicossocial às famílias; e a capacitação de profissionais envolvidos no sistema de garantia dos direitos da criança e do adolescente.

 

In loco

Em visita ao laboratório do Caminho de Volta a equipe Biotec AHG teve a oportunidade de acompanhar a rotina laboratorial do projeto. O início da manipulação das amostras consiste na extração do DNA de sangue - retido num papael especial - e de esfregação bucal - swab - dos envolvidos no processo de busca (parentes dos desaparecidos). 

Após a extração, elas são submetidas a uma reação de polimerase em cadeia - PCR -  a fim de que seus respectivos DNAs se amplifiquem e aumentem o número de cópias das 16 regiões definidas de acordo com um padrão internacional para este tipo de identificação molecular forense. 

O destaque é o polimorfismo - variações de seqüência do DNA encontradas nas diferentes características raciais da população mundial.   

 

Processo    

Com a PCR, que aquece e resfria vários ciclos consecutivos para amplificar o DNA, são obtidas muitas cópias de um único segmento de DNA. 

Em seguida, as amostras são levadas para um feixe de laser que emite diferentes comprimentos de onda capazes de serem reconhecidos pelo seqüenciador automático.     Após a reação PCR, quatro fitas do fragmento do DNA que se quer amplificar são seqüenciadas. Elas servirão, agora, de molde para a síntese de quatro novos fragmentos. Cada fase do processo leva cerca de 50 minutos, conforme a capacidade do sequenciador utilizado. 

O aparelho analisa previamente a qualidade de "corrida" - leitura do   material DNA de cada amostra. Em seguida, a Drª Cíntia Fridman, da equipe responsável pelo projeto, checa a seqüência das amostras. 



Banco de dados 

Depois da certificação da qualidade da leitura no software, a pesquisadora seleciona as amostras e transfere as informações encontradas para um banco de dados, a base do registro de controle.     Então, esses dados são enviados para o departamento de Bioinformática que os insere, ordena e combina na intranet do projeto. 

O banco de dados tem a finalidade de armazenar os resultados genéticos das crianças desaparecidas e das famílias cadastradas no projeto. 

Com isso, é possível a identificação de paternidade ou maternidade por meio da comparação dessas informações. "Verificamos a sincronia dos dados de cada criança com todas as famílias cadastradas e vice-versa, com isso, temos um resultado totalmente confiável", disse.

10/08/2005
 

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