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FAO adverte para importância da biodiversidadena agricultura

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Perigo de escassez nas regiões mais pobres do globo é iminente, segundo órgão da ONU

Neste último dia 15 a FAO (Organização para a Agricultura e Alimentação, em inglês) lançou um alerta mundial: o futuro da agricultura mundial depende da biodiversidade do planeta, mais do que se imagina. A entidade procura deixar claro que a correta utilização e manutenção deste potencial em biodiversidade pode ser a única alternativa para garantir a segurança alimentar do mundo.

Segundo a organização, esta não é uma luta específica de somente uma classe ou grupo social, nem tampouco responsabilidade de um país específico. “Preservar a biodiversidade agrícola é uma tarefa que precisa ser vista como um esforço conjunto envolvendo fazendeiros, produtores de variedades comerciais de plantas e toda a comunidade científica”, completou o Diretor Geral da FAO Jacques Diouf.

O comunicado da FAO, lançado no Dia Mundial da Alimentação (que coincide com a data de criação da entidade), visa atingir todos os envolvidos no processo de produção de alimentos no mundo, de pequenos produtores às grandes indústrias, incluindo governos e instituições de pesquisa em biotecnologia, farmácia e medicina.
 
 
Alarme

“Estamos soando o alarme”, disse o diretor geral da FAO, Jacques Diouf, em discurso a membros do alto escalão da FAO, organizações internacionais, ONGs, representantes da sociedade civil e produtores rurais, durante a abertura do Dia Mundial da Alimentação, em Roma. “A FAO estima que cerca de três quartos da diversidade genética de plantas agrícolas foi perdida neste último século”, disse Diouf.

Ele afirma que a segurança alimentar global depende não somente em proteger os recursos genéticos mundiais, mas também em garantir que estejam disponíveis a todos. “Nosso planeta abunda vida e sua grande diversidade é que sustenta uma das saídas para acabar com a fome”, continuou.


Bancos genéticos

De acordo com a organização, a falta de diversidade genética presente nas lavouras e culturas de todo o mundo pode colocar em risco o equilíbrio entre espécies dos diversos climas do planeta. 

Isso, poderia levar ao fim de culturas e espécies necessárias a determinadas regiões do globo, tanto por falta de incentivo ao plantio como pela substituição de uma espécie por outra mais lucrativa. 

A instituição elogiou esforços e soluções para preservar a variedade genética como os bancos de genes, jardins botânicos e zoológicos, comparando-os à preservação que deve existir na natureza e em fazendas, onde as formas de vida podem interagir com o meio ambiente.

Cientistas identificaram até hoje cerca de 1,4 milhões de espécies únicas de plantas e animais no planeta, e praticamente todos os dias uma nova espécie é adicionada à lista. Esta variedade, afirma a organização, “É essencial à existência humana, pois dependemos dela para conseguir água, comida, energia, abrigo e inúmeras outras coisas.”   
 
 
Preocupação   
 
Os números são preocupantes: atualmente, a maior parte da produção alimentar mundial está concentrada em apenas 12 espécies vegetais e 14 espécies animais. Além disso, metade de todo o consumo mundial de carboidratos vegetais está concentrado em apenas quatro plantas: arroz, batata, trigo e milho.

Atualmente, cerca de 40 por cento da superfície da Terra é destinada apenas à agricultura. Por isso a biodiversidade presente em lavouras e plantações é tão importante quanto aquela de rios, vales, montanhas e florestas.

Esta diversidade biológica agrícola, como denominou a instituição, é composta por inúmeras espécies de plantas cultivadas ao redor do mundo que servem de alimento e remédio às pessoas. 

Ou seja, a biodiversidade que deve ser mantida engloba desde espécies aquáticas e adaptadas a terrenos hostis a plantas com propriedades nutricionais e medicinais específicas, além de insetos que polinizam os campos e micro-organismos que atuam na recuperação do solo e decomposição.
 
 
17/11/2004
 

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