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Gene protege planta contra seca

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O sucesso no sequencimento do genoma do café por pesquisadores brasileiros em 2004 está dando seus frutos. Esse feito pioneiro gerou um banco de dados com cerca de 200 mil sequências de genes, desses, 30 mil já identificados.

Agora, os pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa de Recursos Genéticos e Biotecnologia (CENARGEN) – unidade da Embrapa – e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Eduardo Romano e Márcio Alves Ferreira, respectivamente, e suas equipes, anunciaram a identificação de um gene que confere ao café alta tolerância à seca.

Após ter sido identificado, o gene está sendo analisado em busca de características de interesse agronômico, como por exemplo, o estresse climático e a resistência a pragas. Essa fase é conhecida como pós genômica ou genômica funcional.

No intuito de identificar o gene, os pesquisadores submeteram plantas de café da espécie Coffea arabica ao estresse hídrico (ausência de água) por dez dias. No decorrer do experimento, análises moleculares identificaram uma elevação diária da expressão do gene. O fenômeno se deve a um mecanismo de sobrevivência presente naturalmente na planta, conhecido como restabelecimento da homeostase. A homeostase (ou homeostasia) é a propriedade dos seres vivos de regular o seu ambiente interno para manter uma condição estável, mediante múltiplos ajustes de equilíbrio dinâmico controlados por mecanismos de regulação interrelacionados.

O passo seguinte foi realizar o isolamento e a transferência do gene para as plantas modelo em laboratório, de forma a verificar se elas ficariam mais resistentes à seca e se seria possível passar esse fenótipo para as próximas gerações.

Observando as plantas que receberam o gene, e as suas descendentes, foi constatado que elas se mantiveram saudáveis depois de 40 dias na ausência de água, ratificando a teoria de que a transferência gênica pudesse conferir maior resistência às plantas, quando comparado com as que não o receberam. Esses resultados possibilitaram aos pesquisadores entrarem com o pedido de patente no Instituto Nacional da Patente Industrial (INPI).

A próxima etapa é testar esse gene em outras plantas de interesse econômico, tais como a soja, o algodão e a cana-de-açúcar, projetos que serão desenvolvidos por outras unidades da Embrapa. As novas variedades mais resistentes ajudarão, por exemplo, a diminuir os custos com a irrigação e o plantio de algumas espécies em locais de grande seca.

23/12/2010
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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