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Cultivar de soja carrega gene da resistência

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Uma nova descoberta pode ajudar produtores de soja (Glycine max) de vários países a diminuir os seus prejuízos causados por uma das piores pragas que acometem essa importante leguminosa, a ferrugem asiática ou ferrugem da soja. Um grupo de pesquisadores do Agricultural Research Service (ARS), pertencente à Universidade do Estado de Iowa (EUA) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Brasil, identificaram um grupo de genes presentes na soja que conferem resistência ao fungo. Os resultados dos estudos foram publicados na edição online do mês de abril da revista Plant Physiology.

Essa doença, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, reduz a produtividade da cultura através da desfolha precoce da planta que irá ocasionar queda na produção de grãos. Deve-se levar em consideração também a interferência de fatores ambientais, como o clima e a temperatura, considerados componentes importantes na determinação da gravidade da doença na lavoura.

Ao realizarem o sequenciamento do locus Rpp4, presente na região entre os loci Rpp1 e Rpp5, já mapeada, os cientistas identificaram um grupo de genes que supostamente conferiam resistência à ferrugem asiática. Para se certificarem dessa característica, os pesquisadores realizaram comparações entre cultivares resistentes e suscetíveis à doença. Eles encontraram um único gene que poderia conferir resistência, chamado de Rpp4C4, localizado no locus Rpp4. As duas cultivares testadas foram a Williams82, com três genes para resistência, porém sem o Rpp4C4, e a linhagem PI459025B, de onde se origina o locus Rpp4. Através do uso da tecnologia de silenciamento induzido por vírus, os genes presentes no locus Rpp4 foram “desligados”, o que deixou a planta suscetível à doença, provando que o RppC4 protege o vegetal contra ferrugem.


Prejuízo econômico

No Brasil, a doença já está causando na safra 2008/09 enormes prejuízos à lavoura da soja, contabilizando o maior número de focos registrados desde o início do rastreamento da ferrugem asiática, em 2004. Dados recentes mostram que o número de focos detectados no Brasil chegou a 2,81 mil, representando um aumento significativo em comparação com o final da safra 2007/08, quando foram identificados 2,10 mil focos, e com a temporada 2006/07 com 2,77 mil focos.

A pesquisadora da Embrapa Soja, Cláudia Godoy, explicou ao portal Agrolink que o crescimento do número de áreas afetadas não se deve necessariamente a uma eventual piora no trato das plantações e sim a um maior número de laboratórios cadastrados para a coleta de amostras. De acordo com as informações passadas ao mesmo portal, por um dos maiores especialistas em soja do país, da empresa Tadashi Agro, José Tadashi Yorinori, o combate à ferrugem melhorou, mesmo tendo aparecido mais focos da doença. Ele acredita que não foi apenas o número de laboratórios que recebem os dados que aumentou, mas também a forma como as informações são apuradas.
07/04/2009
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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