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A variedade de maçã Fuji e a descoberta dos “fios de cabelo”

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Uma pesquisadora britânica descobriu grupos de finos “fios de cabelo”, ainda não relatados na literatura científica, que crescem na polpa madura de maçãs Fuji e de variedades semelhantes. Esta descoberta pode ter implicações no armazenamento, minimizando os prejuízos entre os produtores comerciais no processo de estocagem do fruto. As maçãs, quando colhidas tardiamente, ficam com tonalidade marrom, acreditando a pesquisadora que esses finos cabelos são a razão desse escurecimento. As maçãs Fuji são consideradas excelentes do ponto de vista nutricional, segundo os nutricionistas. Além disso, o baixo teor em proteínas e gorduras são pontos positivos para quem quer emagrecer. A riqueza em fibras é excelente para o trato intestinal, sendo a pectina presente na maçã um regulador natural.

Baseada em muitas das boas características das maçãs Fuji, a Dra. Mary Parker, do Instituto de Pesquisa de Alimentos de Norwich, Reino Unido, considera fabulosa qualquer descoberta nesse sentido, visto que as maçãs são cultivadas há séculos, e a variedade de maçã Fuji é particularmente valorizada pela sua frescura, doce paladar e qualidade de conservação. Selecionando maçãs com menos fios no seu interior, poder-se-á reduzir o escurecimento do fruto e agregar maior qualidade à produção.

A variedade foi desenvolvida no Japão, mas é amplamente cultivada em muitas regiões do mundo, sobretudo na China, Austrália, Sudeste Europeu e EUA. A fruta é o resultado de um cruzamento entre a variedade Ralls Janet e a variedade Red Delicius. A própria Fuji é usada como parental em programas de melhoramento da espécie. Fora do Japão, a sua popularidade continua a crescer. Só na China são produzidas 20 milhões de toneladas de maçãs Fuji, representando 80% do mercado anual de maçãs no país. Desde os anos 80, elas continuam a ganhar também popularidade junto aos consumidores americanos.

Segundo Parker, esses fios não haviam sido percebidos até o momento provavelmente devido ao seu tamanho, já que eles só podem ser observados em imagem 3D. Parker usou microscopia luminosa e microscopia de elétrons para identificar grupos de células pequenas, alongadas e ramificadas nos espaços aéreos entre as células. O aspecto desses “fios de cabelo” é semelhante ao das células que compõem os topetes aveludados brancos (confundidos às vezes como fungo) que se formam à volta das sementes, em algumas variedades de maçã.

A presença desses “fios de cabelo”, que preenchem os espaços aéreos de diversos frutos maduros da variedade Fuji, como apresentado no artigo científico publicado na Revista Postharvest Biology and Technology, pode esclarecer a suscetibilidade de maçãs colhidas tardiamente. 

Estudos preliminares mostraram que esses “fios de cabelo” são ricos em fitonutrientes, mas podem igualmente conter substâncias alérgicas. Pesquisas adicionais são necessárias para estabelecer como as condições do crescimento e o manuseio do pomar afetam no desenvolvimento desses “fios de cabelo”.

  
09/04/2008
 

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