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Milho biofortificado pode ajudar a suprir carência de vitamina A

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O milho é um dos cereais mais cultivados em todo o planeta e faz parte da composição da ração de diversas espécies de animais e também da dieta do ser humano. Sua importância nutricional se deve, principalmente, ao fato de ser uma ótima fonte de energia (rico em carboidratos), e, além disso, possui em sua composição proteínas e vitaminas. Ao contrário do que ocorre com o arroz e com o trigo, os grãos de milho não são processados e por isso não perdem a casca, que é rica em fibras. 

Diversas pesquisas genéticas já foram desenvolvidas com o milho, sendo considerada a espécie vegetal mais utilizada neste tipo de pesquisa, que vai da descoberta de transposons (fragmentos de DNA linear com no mínimo 5 mil pares de bases), em 1940, até mais recentemente com as variedades transgênicas. Algumas dessas, não comerciais são cultivadas ou guardadas em bancos de germoplasma para adicionar diversidade genética durante processos de seleção de novas sementes para uso doméstico.    

Uma nova pesquisa genética com o milho desenvolvida por pesquisadores das Universidades de Cornell e de Illinois, EUA, mostrou que um conjunto de variantes genéticas no milho contribuem na determinação dos níveis de precursores da vitamina A. Com o auxílio da genética e da estatística, os pesquisadores utilizaram a variação genética natural, para a síntese de precursores da vitamina A, de diferentes variedades de milho. A variação natural de carotenóides presentes no milho é bastante grande, incluindo a de precursores-caroteno da vitamina A, beta-caroteno, e beta-criptoxantina. 

Os pesquisadores utilizaram técnicas como a análise por associação, mapeamento de linkage (ligação), análise de expressão e mutagênese para mostrar que a variação no loccus licopeno epsilon ciclase (lcyE) altera, diminuindo, o fluxo de caroteno em relação a uma ramificação da via metabólica do beta-caroteno.

As pesquisas mostraram que quatro polimorfismos naturais no lcyE, explicam 58% da variação em duas vias metabólicas secundarias e uma diferença três vezes maior de compostos pró-vitamina A. 

A utilização de marcadores genéticos para selecionar alelos lcyE que sejam favoráveis à produção de precursores de vitamina A, permitirá o desenvolvimento de lavouras de milho com variedades que contenham maiores níveis desses precursores.

O pesquisador e líder do projeto, Edward Buckler, comenta que será possível, com a identificação das variantes genéticas, triplicar os níveis de precursores de vitamina A, a baixo custo e de forma mais rápida. Esse processo é conhecido como biofortificação.

     
21/02/2008
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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