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Estudo liga diabetes a câncer no intestino

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Uma pesquisa britânica divulgada recentemente está associando o modo de vida dos diabéticos à possibilidade de desenvolvimento de tumores no intestino. Segundo o estudo, realizado pelo Cancer Research UK, pessoas que possuem altos níveis de açúcar no sangue teriam até três vezes mais propensão a desenvolver a doença do que as outras.

Os pesquisadores, contudo, afirmam que não é a diabetes (que afeta mais de 194 milhões de pessoas em todo o mundo) a causadora da doença. “Imaginamos que certos fatores em comum possam ajudar a desenvolver tanto a diabetes como o câncer intestinal, como a dieta ou a rotina de exercícios de um indivíduo” , afirmou a professora Kay-Tee Khaw, líder da equipe de pesquisa.

A professora Khaw afirma que “altos níveis de açúcar, mesmo quando não chegam a causar diabetes, podem estar ligados ao risco de se desenvolver câncer intestinal. Ainda é necessário pesquisar mais, mas se estes resultados forem confirmados, podem ajudar bastante para desenvolvermos uma estratégia de prevenção deste mal”.

Além disso, pesquisas anteriores sugerem que um estilo de vida que ajude a manter baixos níveis de glicose (como praticar exercícios, manter uma dieta rica em fibras e evitar o aumento de peso) também pode prevenir este câncer.

A pesquisa

No estudo, os cientistas avaliaram os níveis de açúcar no sangue de 9.600 pessoas entre 45 e 72 anos, retornando seis anos depois para novos testes e medições. Os pesquisadores descobriram que as pessoas com diabetes ou com altos níveis de glicose no sangue tinham maior propensão a desenvolver a doença, além de ela ser mais presente em homens do que em mulheres.

Os 9.600 participantes da pesquisa primeiro preencheram questionários sobre saúde e modo de vida, passaram por exames médicos e também recolheram amostras de sangue.  Seis anos depois, 67 haviam desenvolvido câncer intestinal. A incidência da doença naqueles que possuíam diabetes ou altos níveis de açúcar foi até três vezes maior do que nos outros pacientes.

Para identificar os níveis de açúcar a equipe de Khaw utilizou um fator diferente da insulina: “Ao invés de medirmos a insulina, observamos os níveis de hemoglobina glicosilada, um bom indicador do processo metabólico e que regula os níveis de insulina, funcionando como um marcador do metabolismo nos últimos meses”, afirmou. A insulina é o hormônio do organismo que ajuda a quebrar as moléculas de açúcar no sangue.

“Se pudermos identificar quais são os fatores que influenciam o aparecimento do câncer, podemos talvez diminuir a taxa de crescimento dos tumores, o que permitiria o desenvolvimento de futuros tratamentos para a doença”, concluiu a pesquisadora.

Todo anos, mais de 35 mil pessoas são diagnosticadas com câncer intestinal no Reino Unido e, nos homens, essa taxa vem aumentando cerca de 1% ao ano nos últimos 20 anos.  
29/06/2004
 

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