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Crotalfina pode substituir a morfina no tratamento da dor

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A morfina é uma das substâncias naturalmente encontradas e extraídas do ópio - Papaver somniferum - sem que tenha sofrido nenhuma modificação. São substâncias conhecidas como drogas opiáceas ou simplesmente opiáceos. Ao longo do tempo, os pesquisadores desenvolveram substâncias, artificiais, que possuem o mesmo efeito da morfina, sendo denominadas de opióides.    Essa substância foi isolada pela primeira vez em 1806 pelo farmacêutico Friedrich Serturner, e desde então, tornou-se uma das drogas com efeito analgésico mais utilizada na medicina. O uso indiscriminado dessa droga fez com que seu uso ficasse restrito a casos específicos.

A morfina produz efeitos físicos e psíquicos nos pacientes que a utilizam, tais como tolerância e dependência que podem se instalar rapidamente. Essa dependência causa no paciente um estado de torpor e insensibilidade.     Após a administração crônica dessa droga a interrupção do uso da mesma pode causar a síndrome da abstinência, caracterizando-se por irritabilidade, calafrios, calafrios corporais, convulsão, caimbras, cólicas, diarréia, lacrimejamento e vômitos.

O Instituto Butantã com o apoio da Fapesp e do Consórcio Farmacêutico (Coinfar), desenvolveu em seu Centro de Toxicologia Aplicada, um medicamento com poder analgésico 600 vezes mais forte que a morfina, a chamada crotalfina. Essa nova substância, ao contrário da morfina, não causa dependência devido ao fato de agir em receptores diferentes, o que possivelmente trará resultados mais eficazes do que os analgésicos já existentes.

Segundo o diretor do Instituto Butantan, Otávio Mercadante, a descoberta dessa substância potente e que não causa dependência será um grande avanço na utilização de drogas analgésicas.

O veneno das cobras - uma secreção das glândulas parótidas - de onde a substância analgésica é extraída, é composto pela mistura de protídeos (proteínas) tóxicos e ou inócuos, e de substâncias orgânicas e inorgânicas micromoleculares.

A extração de substâncias analgésicas a partir de secreções de animais não se atém às cobras, à exemplo da matéria publicada pela BIOTEC  AHG sobre uma droga produzida a partir de uma substância extraída do veneno de um caracol de habitat marinho - caracol-cone (Conus magus) - que foi lançada no Reino Unido como uma nova esperança para pacientes com dores crônicas e com intolerância à morfina.     Em seres humanos a substância produzida pelo caracol age cessando a propagação dos impulsos nervosos, diminuindo a sensação de dor. Por ser extremamente potente, a droga pode causar efeitos colaterais incluindo náuseas, vômitos, contração da pupila, visão destorcida, entre outros, por isso foi desenvolvida apenas para pacientes com câncer e pacientes com outros quadros de dores severas.

  
12/10/2006
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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